EsporteMundoÚltimas notícias

Cerimônia de abertura da Olimpíada homenageia atletas israelenses mortos em 1972

Quase meio século depois que 11 atletas e treinadores olímpicos israelenses foram assassinados nos Jogos de Munique, os Jogos Olímpicos homenagearam esses atletas pela primeira vez durante a cerimônia de abertura de Tóquio com um momento de silêncio.

As famílias das vítimas vinham pedindo ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que guardasse um minuto de silêncio na cerimônia de abertura por anos, mas seus pedidos foram repetidamente rejeitados por serem “inapropriados”, de acordo com o ex-presidente do COI, Jacques Rogge. A tão esperada homenagem aos atletas na cerimônia de abertura foi bem recebida pelas famílias e duas viúvas dos atletas assassinados chamaram de “justiça” para os pais, filhos e maridos assassinados.

Túmulos de 5 vítimas do Massacre de Munique no cemitério de Kiryat Shaul Cemetery, Tel Aviv, Israel. Da esquerda para a direita: André Spitzer, Mark Slavin, Eliezer Halfin, Kehat Shorr e Amitzur Schapira. Foto de דוד שי, CC BY-SA 3.0 , via Wikimedia Commons

“Hoje, pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, o massacre brutal de 11 membros da delegação israelense nas Olimpíadas de Munique de 1972 foi oficialmente mencionado”, postou o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett no Twitter . “Congratulo-me com este momento importante e histórico. Que eles descansem em paz.”

O massacre

Em 5 de setembro de 1972, às 4h30, 8 terroristas palestinos, membros da organização Setembro Negro, entraram à força no prédio que hospedava a delegação israelense na Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos de Munique.

Dois desportistas foram brutalmente assassinados e por quase 20 horas, os 9 atletas olímpicos restantes foram amarrados e mantidos como reféns na Vila Olímpica por terroristas armados com armas automáticas e granadas de mão.

Em troca da libertação dos reféns, o grupo exigiu que Israel libertasse mais de 200 prisioneiros que estavam detidos em prisões israelenses e dois terroristas alemães, Andreas Baader e Ulrike Meinhof,mas o governo israelense não aceitou. Dezoito horas depois, o comando guerrilheiro e os reféns foram levados para a base aérea de Fürstenfeldrück, de onde um avião os levaria para a Líbia ou Tunísia.

As fracassadas tentativas das forças de segurança alemãs de resgatar os reféns resultou no assassinato dos nove prisioneiros israelenses.

Com a tragédia, todos esperavam que os Jogos fossem cancelados, mas o COI se limitou, na manhã seguinte, a celebrar uma cerimônia fúnebre e, no discurso de encerramento o representante da entidade concluiu com a frase: “The games most go on” – os Jogos devem continuar.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.