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Chanucá, a festa das luzes se aproxima. Saiba tudo sobre essa festa judaica

Ao cair da noite do próximo 25 de dezembro, judeus do mundo inteiro acendem a primeira vela da festa judaica de Chanucá, a festa das luzes.

Chanucá é celebrado por oito dias e noites, começando no dia 25 do mês judaico de Kislev, que pode cair entre o final de novembro e de dezembro no calendário secular. Por oito noites, as famílias acendem velas em um candelabro especial para essa festa, a chanuquiá.

Macabeus. Wojciech Stattler, domínio público, via Wikimedia Commons.

A história

A história de Chanucá é baseada em eventos históricos ocorridos em 167 AEC em Jerusalém.

Naquele momento da história, vários grandes impérios disputavam o poder: os romanos, os egípcios e o menos conhecido, mas igualmente vasto, Império Selêucida, em nome de Seleuco, general de Alexandre o Grande que cerca de 150 anos antes havia conquistado a região de Israel e Judá. Por 150 anos o Segundo Templo foi apenas mais um templo no império politeísta e o Deus de Israel aceito como mais um deus regional. Mas em 167 AEC, o então governante do Império Selêucida, Antíoco IV, chegou ao trono e mudou a ordem vigente de tolerância, para intolerância. Ordenou que todos aqueles que estavam sob seu domínio (em específico Israel) abandonassem sua religião e seus costumes. Antíoco ordenou a construção de um altar para Zeus a ser erguido no Templo de Jerusalém, fazendo sacrifícios de animais impróprios (não kosher) sobre o altar, e proibiu a leitura da Torá.

Na cidade de Modim (sul de Jerusalém), tem início uma ofensiva contra os greco-sírios, liderada por Matathias (Matitiahu) – um sacerdote judeu de família dos Hasmoneus – e seus cinco filhos João, Simão, Eliézer, Jonatas e Judah (Yehudá). Após a morte de Matatias, Yehudá toma a frente da batalha, com um pequeno exército formando em sua maioria por camponeses. Mesmo assim, os judeus conseguiram vencer o forte exército de Antíoco e libertaram Jerusalém.

A família de Matathias ficou conhecida como “Macabeus”, que significa “os martelos”, uma referência bíblica à sua forma de destruir os inimigos.

O Milagre

Retomando Jerusalém e o Templo, os judeus começam a rededicar o Templo, com um novo altar e novos vasos sagrados. Uma menorá é acesa, mas só há óleo sagrado suficiente disponível para uma noite. Milagrosamente, a menorá queima por oito noites – até que um novo suprimento de óleo seja encontrado. Esse milagre, descrito em Macabeus I, é o motivo e a base da celebração de Chanucá,que quer dizer “dedicação” ou “inauguração”. Chanucá também é conhecido por  “Festa das Luzes”.

A festa é celebrada por oito noites consecutivas para lembrar o milagre do óleo que durou mais dias do que o esperado. Cada família tem sua própria menorá, um candelabro de oito braços com local para uma nona vela no centro. A vela central (o shamash) é acesa, e essa vela é usada para acender uma vela adicional a cada noite até que, na oitava noite, todas as velas sejam acesas. Essa menorá especial com o shamash é denominada de chanuquiá.

Bênçãos especiais são proferidas ou cantadas em hebraico antes que as velas de Chanucá sejam acesas. As velas podem queimar todas as noites e são substituídas no dia seguinte.

Tradições e costumes

Existem também vários costumes não religiosos associados ao Chanucá, que incluem refeições festivas, canções, jogos e presentes para crianças. Panquecas de batata (latkes), sonhos (sufganiyot ) e outras guloseimas fritas em óleo, que lembram o milagre, são populares.

As crianças recebem presentes e dinheiro (Chanucá gelt), que às vezes é distribuído na forma de moedas de chocolate embrulhadas em papel dourado. As crianças jogam um jogo com um peão de quatro lados chamado dreidel (hebraico sevivon ). Em cada lado da parte superior está uma letra hebraica, que forma as iniciais das palavras na frase “nes gadol haya sham” , que significa “um grande milagre aconteceu ali”. Em Israel o pião é outro “nes gadol haya pó”, “um grande milagre aconteceu aqui.”

Em Israel o Chanucá é um feriado nacional e os alunos apresentam peças, cantam canções festivas e fazem festas. As escolas estão fechadas, e a chanuquiá é exibida no topo de edifícios proeminentes como o parlamento israelense, o Knesset. Um destaque do festival de oito dias é uma corrida anual de Modiʿin para Jerusalém. Corredores carregam tochas acesas pelas ruas, começando em Modiʿin e vão passando as tochas para o próximo corredor até que o portador da tocha final chegue ao Muro das Lamentações, que é o último remanescente do Templo. O portador da última tocha a entrega ao rabino- chefe, que a usa para acender a primeira vela de uma chanuquiá gigante.

A história de Chanucá não está na Torá e nos textos judaicos do cânone. Ela foi escrita em grego, a linguagem globalizada daquele momento e consta dos livros Macabeus 1, 2 e 3, qua fazem parte de algumas bíblias evangélicas e da bíblia dos cristãos ortodoxos. Mas o texto é nosso. Decorre que entre o ano 90 e 100 EC, portando 250 depois dos fatos, o sacerdote Yohanan ben Zakai, tomou para ele a tarefa de reformar o judaísmo para uma religião sem o Templo de Jerusalém, destruído pelos romanos no ano 70 EC. Romanos estes, que foram convidados a ir para lá, pelos próprios Macabeus, e seus descendentes, a dinastia dos Hasmoneus. Uma das decisões de ben Zakai foi remover todos os textos e livros escritos em grego, por outros sacerdaotes judeus ao longo último meio milênio posterior, e é sem estes textos que estamos até hoje, mas eles existem.

O livro do Macabeus não trata da estória citada acima, transformada em história, mas é um relato de toda a campanha militar contra os gregos, batalha a batalha, comunicado os judeus de Alexandria. Porquê em grego? O Egito era o Império Ptolomaico, criado por outro general de Alexandre, Ptolomeu e 100% helenizado. Alexandria, é uma das cidades fundadas por Alexandre o Grande. Sugerimos a leitura dos livros de Macabeus. encontra fácil no Google.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.

Um comentário sobre “Chanucá, a festa das luzes se aproxima. Saiba tudo sobre essa festa judaica

  • Sobre o sacrificio dos cachorros, o tal prefeito disse nao estar falando serio? Pois se foi brincadeira teve muito mau gosto, pois nao se brinca desse modo com vidas indefesas! E e imperdoavel tambem que ja tenham chagado a pagar por cada judeu morto!

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