Cidade de Barcelona corta relações com Tel Aviv e Federação das Comunidades Judaicas da Espanha critica a ação
A Federação das Comunidades Judaicas da Espanha (FCJE) condenou a decisão do conselho da cidade de Barcelona de cortar relações com sua cidade gêmea Tel Aviv e romper relações com Israel.
“Com o apoio exclusivo de 4.000 assinaturas, por decreto e sem debate, a Comissão de Governo da Câmara Municipal de Barcelona tomou esta decisão que não representa nem na forma nem na substância o que Barcelona e seus cidadãos são”, disse a FCJE em um comunicado.
Acrescentou que, nas últimas semanas, “a pressão aumentou em torno das comunidades judaicas com esta campanha da Câmara Municipal de Barcelona”.
A FCJE, grupo que representa as comunidades judaicas da Espanha, enviou uma carta aberta à prefeita de Barcelona, Ada Colau, expressando a preocupação da comunidade com a decisão da cidade.
“Independentemente do governo da cidade de Tel Aviv, a Câmara Municipal de Barcelona não levou em conta a cidade é um exemplo de convivência, defesa das liberdades, proteção das minorias e onde seus cidadãos vivem em paz, independentemente de suas origem”, disse FJCE. “Vemos com grande preocupação como apenas uma única cidade, um único país no mundo está tendo suas ações e legitimidade questionadas.”
A organização alegou que a decisão “não tem nada a ver com política, direitos humanos ou paz”, mas foi um exemplo de “antissemitismo sofisticado”.
Apelamos aos cidadãos de Barcelona para que continuem a trabalhar pela coexistência e contra o antissemitismo em qualquer forma que se manifeste”, acrescentou a FCJE.
Colau anunciou na quarta-feira que está suspendendo todos os laços da cidade com Israel.
“A pedido de mais de 100 entidades e milhares de vizinhos de Barcelona, acabo de comunicar ao [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu que suspendemos as relações institucionais com o Estado de Israel devido às repetidas violações dos direitos humanos da população palestina e não -cumprimento das resoluções das Nações Unidas”, escreveu ela no Facebook em espanhol e no Instagram.
A Presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, reuniu-se hoje em Jerusalém com o Presidente de Israel, Isaac Herzog, a quem informou que a decisão da Prefeita de Barcelona, Ada Colau, de romper relações com este país não representa a Catalunha nem a Espanha. “O nosso país é acolhedor e sobretudo a Comunidade de Madrid”, afirmou.
No dia seguinte, o prefeito de Madrid, José Luís Martínez-Almeida do Partido do Povo (democrata-cristão), se ofereceu para ocupar o lugar de Barcelona e vê a situação como uma grande oportunidade para capital espanhola.
Desde 2021, 60% do capital israelense investido na Espanha é alocado em Madrid. O prefeito que aumentar o volume.
É apenas mais um passo na profunda divisão interna que existe do Estado Espanhol com a Catalunha e suas aspirações de independência. Barcelona é a capital da Catalunha e Ada Colau não é separatista.