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Clérigo muçulmano matador de judeus está morto

O iman muçulmano sunita Youssef al-Qaradawi, faleceu calmamente, aos 96 anos de idade, exilado no Catar. Se está ou não ao lado do Profeta e de Allah é problema dele e não nosso.

Este sujeito é um dos maiores estudiosos do islã do século 20, tendo publicado mais de 100 livros sobre a religião dele e sobre as leis islâmicas. Seria um grande erudito contemporâneo, não fosse ele um racista anti-judeu da pior espécie possível.

Al-Qaradawi era membro da Irmandade Muçulmana do Cairo, criada em 1925, assassina de Anuar Sadat, presidente egípcio que fez a guerra e a paz com Israel (e foi morto por ter feito a paz), criadora do Hamas (originalmente Irmandade Muçulmana de Gaza) e o embrião da Al-Qaeda e, portanto, do Estado Islâmico. Provavelmente muitos dos textos e ensinamentos de Qaradawi são aplicados hoje tanto pelo ISIS quanto pela Al Qaeda.

Entre estes ensinamentos, está a “constatação teológica” de que os judeus jamais tiveram posse da terra ou governo na Judeia, Samaria ou Israel. Estão a determinação teológica ao Hamas para matar velhos, mulheres e crianças judias em Israel. E está a determinação teológica muçulmana de que tudo que Israel hoje é, pertence aos árabes, jamais aos judeus.

Qaradawi era o imam sunita que estava por trás da autorização teológica para a realização de atentados terroristas suicidas contra a população israelense.

Sobre matar mulheres judias ele deixou bem claro, numa entrevista a TV BBC em 2004: “As mulheres israelenses não são como as mulheres na nossa sociedade, porque as mulheres israelenses são militarizadas… Eu considero este tipo de operação de martírio (ne: o atentado suicida) como uma indicação da justiça de Allah, o todo-poderoso… Através de Sua infinita sabedoria, ele deu aos fracos o que os fortes não possuem, que é a habilidade de transformar seus corpos em bombas, como os palestinos fazem.”

Em 2016 Qaradawi revogou a sua própria determinação para ataques suicidas contra Israel, declarando que os palestinos agora tinham “outras capacidades” de se defenderem como o arsenal de foguetes em posse do Hamas.

Qaradawi também sancionava a violência doméstica contra as mulheres muçulmanas e a execução de membros da comunidade LGBT.

Desde 2013, quando a Irmandade Muçulmana foi deposta do governo que ganhou em eleições diretas no Egito, Qaradawi estava exilado no Catar. Foi condenado à morte a revelia pelo tribunal do Cairo que julgou, condenou e executou a última geração de líderes da Irmandade Muçulmana no Egito.

Imagem: captura de tela de sermão de Qaradawi no Youtube.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.