Crise política e contradições em Israel
Um novo e bizarro capítulo se desenrola na condução do Shin Bet sob a direção de Ronen Bar.
Durante a noite de sábado, dia 22/mar, surgiram relatos surpreendentes, a partir das mídias de esquerda, de que a agência de segurança estaria conduzindo uma investigação secreta contra Itamar Ben Gvir e seu partido. A suposta acusação? Influência sobre a polícia e disseminação de ideias kahanistas dentro da corporação, caracterizando um possível aparelhamento.
E a esquerda pode e deve aparelhar. Se a direita fizer isso, é crime.
Vale lembrar que Ben Gvir, há anos, se desvinculou oficialmente do movimento Kahanista, que é proibido em Israel. No entanto, essa seria a justificativa para a suposta investigação.
A notícia causou indignação imediata. O primeiro-ministro negou ter qualquer conhecimento sobre a investigação, afirmando que não recebeu nenhuma informação sobre o assunto. Em seguida, novos detalhes foram divulgados: a investigação teria começado após Ben Gvir ter subido ao Monte do Templo em uma ocasião e supostamente “incitado a multidão com táticas Kahanistas”.
No entanto, mais tarde, o próprio Shin Bet teria concluído que a acusação era infundada e que não havia motivo para preocupação. Mas, de maneira confusa, decidiu continuar com a investigação “para averiguar possibilidades”.
A história tomou um rumo ainda mais dramático quando surgiram rumores de que, ao saber dos acontecimentos, Ben Gvir teria invadido uma sala onde estava Ronen Bar, e os dois quase chegaram às vias de fato.
Agora, no fim da noite de domingo, o Shin Bet, como divulgou o jornalista Amit Segal, negou oficialmente a existência de qualquer investigação contra Ben Gvir. Segundo essa nova versão, nunca houve tal inquérito. Não parece existir qualquer interesse, nem na mídia, nem na sociedade israelense, de investigar o Canal 12, por ter publicado uma acusação falsa, com aura de verdade, em seus noticiários.
Ou a acusação é verdadeira, ou a negativa do Shin Bet é falsa. As duas versões são antagônicas.
Mais um episódio nebuloso envolvendo o Shin Bet sob a liderança de Ronen Bar, levantando questionamentos sobre o que realmente está acontecendo nos bastidores da segurança em Israel.
Shin Bet nega investigação contra a polícia ou liderança política
Em resposta às perguntas de jornalistas após a publicação no Canal 12, o Shin Bet esclareceu que nenhuma investigação foi conduzida pela agência sobre esse assunto, seja em relação à polícia ou a qualquer escalão político, e que não há nenhuma investigação desse tipo em andamento.
O chefe do Shin Bet conversou esta noite com o comissário da polícia e esclareceu a situação. Ambos enfatizaram a importância da cooperação entre as organizações para a segurança do Estado.
Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, em sua conta no X:
“Ronen Bar é um criminoso e mentiroso, que agora tenta negar sua conspiração contra representantes eleitos em um estado democrático, mesmo após os documentos terem sido expostos publicamente. Não me contentarei apenas com sua demissão – ele deve enfrentar um julgamento criminal por tentativa de golpe e por agir contra a democracia.”
Escritório do Primeiro-Ministro:
A alegação de que o Primeiro-Ministro autorizou o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, a coletar provas contra o Ministro Ben-Gvir é mais uma mentira que já foi desmentida.
O documento publicado — que mostra uma ordem direta do chefe do Shin Bet para reunir provas contra o escalão político — lembra regimes sombrios, mina os fundamentos da democracia e tem como objetivo derrubar um governo de direita.
O Primeiro-Ministro nunca foi informado pelo chefe do Shin Bet sobre qualquer intenção de coletar provas contra o escalão político pelas suas costas, nem autorizou tal ação.
Pelo contrário, em uma reunião de trabalho no dia 19 de junho de 2024, quando o chefe do Shin Bet levantou uma alegação sobre a entrada de elementos kahanistas na polícia, o Primeiro-Ministro instruiu de forma inequívoca que o chefe do Shin Bet lhe apresentasse provas dessa alegação, que a levantasse diretamente e imediatamente com o Ministro da Segurança Nacional, e que, sob nenhuma circunstância, agisse pelas costas do ministro.
O chefe do Shin Bet se comprometeu com o Primeiro-Ministro a seguir essa instrução, mas não cumpriu seu compromisso.