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Elizabeth II, a rainha que nunca visitou Israel

Com a morte recente da Rainha Elizabeth II jornais de Israel publicaram várias matérias chamando atenção para o fato de que a monarca jamais visitou o país e quais seriam os motivos.

O título no jornal Haaretz já dá o tom da matéria: “ Mais de 120 países visitados, mas nunca Israel: boicote não oficial da rainha Elizabeth II”.

“Em seu reinado de 70 anos, a rainha Elizabeth II cruzou o globo, mas propositalmente pulou Israel. Em 1984, durante uma visita à Jordânia, ela achou os assentamentos ‘deprimentes’ e os aviões da Força Aérea assustadores”, disse o jornal.

Segundo o Jerusalem Post ela visitou vários países da África e do Oriente Médio, mas nunca foi a Israel.

A matéria diz ainda que a rainha chegou a receber os então presidentes Chaim Herzog e Ezer Weizman e a conferir um título de cavaleiro honorário ao ex-presidente Shimon Peres.

Herzog de fato a convidou para Israel e, embora a própria rainha nunca tenha vindo, seu marido, o duque de Edimburgo, seus filhos, o príncipe Edward e o príncipe Charles, e seu neto, o príncipe William, vieram separadamente para Israel. No entanto, a única visita oficial foi a do príncipe William.

O jornal judaico Pittsburg Jewish Chronicle cita que “A rainha Elizabeth II, que ficou no trono por 70 anos até sua morte na quinta-feira, desfrutou de um relacionamento longo e caloroso com a comunidade judaica britânica, desde sua ascensão ao trono em 1952 até seus últimos anos.”

“A recusa de décadas da família real em realizar uma visita oficial ao Estado de Israel – sem hesitar em viagens a monarquias autoritárias como Arábia Saudita e Catar – irritou muitos políticos israelenses e membros da comunidade judaica britânica”, disse o Times of Israel, lembrando que, em 2015, um funcionário anônimo do governo britânico disse ao The Telegraph que “até que haja um acordo entre Israel e a Autoridade Palestina, a família real não pode realmente ir lá”.

De fato, o cuidado da rainha em não visitar Israel pela falta de uma solução para os palestinos nunca significou a falta de apoio britânico aos interesses de Israel. A recente nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, indica que os laços tendem a se fortalecer, dadas as posições conhecidas da nova dirigente em favor do Estado de ocupação da Palestina.

E o Pittsburg Jewish Chronicle finaliza:

Em 1996, durante uma visita à Polônia, a rainha Elizabeth foi criticada por não agendar uma parada no campo de concentração de Auschwitz.

Quase duas décadas depois, ela visitou um campo de concentração nazista. Em sua última viagem oficial ao exterior antes de sua morte, a rainha Elizabeth viajou para a Alemanha em 2015. Embora fosse sua quinta viagem de Estado à Alemanha, a rainha fez sua primeira visita a um campo de concentração, parando para depositar uma coroa de flores em Bergen-Belsen e se encontrar com sobreviventes do Holocausto no local.

Depois de ouvir suas histórias, ela respondeu: “Deve ter sido horrível”

Foto:

Rainha Elizabeth II.Fotografia tirada por Julian Calder para o Governador-Geral da Nova Zelândia, CC BY 4.0 ,via Wikimedia Commons

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.