Extremistas hareidim planejavam ataque em Lag BaOmer no Monte Meron e polícia de Israel impede
Que notícia mais sem sentido, não é. O problema é ser absolutamente verdadeira e publicada em quase todas as mídias israelenses. Uma ou outra prefere não se comprometer.
A festa de Lag Baomer, no Monte Meron, junto ao túmulo do rabi Shimon Bar Yochai (sec 2 EC), foi o triste palco onde morreram pisoteados e imprensados 45 homens e meninos no ano passado. O inquérito ainda corre na justiça israelense. A dificuldade em estabelecer exatamente de quem era a responsabilidade pelo evento ficou patente. E nenhum dos rabinos envolvidos assumiu a responsabilidade e com ela a culpa pelas mortes dos seus, pois é um evento frequentado exclusivamente pela comunidade hareidi (temente a Deus) da ultra-ortodoxia judaica. Mesmo entre eles as coisas são tão complicadas que há horários para este e aquele ramos: não podem se misturar.
O evento é nesta quarta-feira. O governo decidiu assumir a autoridade e controle para evitar as mortes que os hareidim não pretendem evitar. Apresentação obrigatória de ingressos, controles de portaria e acessos pela polícia, dezenas de câmeras de vigilância cobrindo tudo e alto-falantes apenas para serem usados em caso de nova emergência. O público máximo ficou limitado a 16 mil pessoas por cerimônia e não mais entrada absolutamente livre e descontrolada como até ano passado.
Eis que nesta terça-feira os policiais israelenses, sempre denominados de “nazistas” pelos hareidim, faziam bloqueios de rotina verificando passageiros de ônibus que iam para o Monte Meron. Um microônibus foi abordado perto da cidade de Kadarim, no Norte de Israel. Na revista, uma surpresa bizarra e uma certeza da absoluta necessidade da presença da polícia.
Em quatro bolsas de compras a polícia encontrou pelo menos 20 alicates de corte de arames e fios, mais de 10 estiletes grandes e médios, martelos, pés de cabra, luvas de trabalho, e muitos ovos cheios com tinta, além de latas de spray de tinta. Tudo novinho e sem uso. A polícia declarou que aparentemente, pretendiam atacar a infraestrutura de segurança do evento, cobrindo as lentes das câmeras com tinta, cortando cabos de câmeras, fios dos alto-falantes, e sabe-se mais o quê.
A polícia israelense os identificou como membros de uma seita hareidim extremista.
A montanha fica praticamente na fronteira com o Líbano é possui inúmeras trilhas de montain bike e para caminhadas.
8.000 policiais estarão no evento. Os participantes somente poderão chegar lá a pé ou em ônibus do Ministério dos Transportes. Drones, cavalos e veículos todo-terreno também serão utilizados para o patrulhamento do entorno. E a polícia espera por problemas pois alguns líderes hareidim estão convocando-os abertamente.
O rabino Shmuel Yaakov Kohn, líder da seita hareidi totalmente antissionista Toldot Aharon foi publicado pelo site Behadrei Haredim, que é o local da internet onde os hareidim se informam. Ele disse aos membros de sua seita para irem ao Meron sem ingressos e forçar a entrada. Disse também que todos os que têm ingressos devem tentar entrar sem mostrá-los: “Qual é o direito que as autoridades possuem para limitar nossa subida ao Monte Meron? Nós não temos que cooperar com eles.”
Com informações do Times de Israel, Jerusalem Post e Behadrei Haredim