Família ainda tenta repatriar o corpo de Eli Cohen, um dos maiores espiões da história do Mossad
Eli Cohen nasceu em Alexandria, Egito , em 26 de dezembro de 1924.
Em 1949, seus pais e três irmãos se mudaram para Israel enquanto Eli permaneceu no Egito onde coordenava atividades judaicas e sionistas.
Aos 29 anos, Cohen ofereceu seus préstimos aos Serviços de Inteligência de Israel, mas foi repreendido duas vezes e foi “colocado em uma formação de reserva da Força Aérea de Israel como escriturário de logística”
Em 31 de agosto de 1959, ele se casou com uma bela judia nascida no Iraque, Nadia Majald.
Apenas em1960, a inteligência israelense o abordou sobre trabalhar para eles. A princípio, ele recusou. Mas ele perdeu seu trabalho de contador em Tel Aviv e quando a Inteligência insistiu pela segunda vez, ele agarrou a chance.
No início de 1961, Chaim Herzog , Chefe da Inteligência Militar e posteriormente presidente de Israel, assinou o documento autorizando o uso de Cohen como espião. Ele recebeu uma identidade nova, Kamal Amin Ta’abet (também chamado de Tabas em algumas fontes) nascido em Beirute, Líbano, filho de pais muçulmanos sírios.
Cohen chegou a Damasco em fevereiro de 1962 e sob o disfarce de um magnata filho de pais sírios ele se infiltrou no seleto círculo militar e na alta sociedade de Damasco a ponto de virar confidente de membros do governo e ser cogitado para o cargo de vice-ministro da Defesa do país.
Cohen foi desmascarado pela inteligência síria, em janeiro de 1965, foi, então, preso e torturado, mas se negou a dar informações sobre Israel.
Em 18 de maio de 1965, Cohen foi enforcado em praça pública. Antes, escreveu uma carta à mulher, Nadia. O enforcamento foi transmitido pela TV síria.
Desde então, sua família reivindica ao governo sírio o retorno de seus restos mortais a Israel, mas sem sucesso.
Mas sua contribuição como agente secreto do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, é até hoje lembrada.
Muitos consideram seu trabalho como vital para assegurar a vitória de Israel na Guerra dos Seis Dias (1967), travada com países árabes. Os israelenses consideram Cohen um herói nacional – e um dos maiores espiões da história do país.
A história de Eli Cohen, está contada na minissérie ‘O Espião’, exibida pela Netflix, o espião é interpretado pelo ator britânico Sacha Baron Cohen (não há parentesco entre os dois).
Desde então, sua família reivindica ao governo sírio o retorno de seus restos mortais a Israel, mas sem sucesso.
Nesta semana, na data do aniversário de Eli Cohen, em entrevista especial ao canal árabe i24NEWS , Sophie Ben-Dor, filha do lendário espião israelense, apelou aos Emirados Árabes Unidos e seu embaixador em Israel para ajudá-la a trazer o corpo de seu pai de volta para Israel da Síria.
“Peço aos Emirados, que ocupam um lugar maior em nosso país e no cenário internacional, que nos ajudem a mediar e a pedir e chegar a acordos com os sírios para devolverem o corpo de meu pai”, disse Ben-Dor.
Os Emirados Árabes Unidos estabeleceram relações diplomáticas com Israel em 2020 como parte dos Acordos de Abraham negociados pelos EUA e, desde então, os dois países aumentaram sua cooperação militar e de segurança.
Os Emirados são considerados uma importante influência na região com potencial para interferir junto a Bashar Hafez al-Assad, presidente da Síria.
Foto:
O Espião, série da Netflix – Divulgação