Há 63 anos começava o julgamento de Adolf Eichmann
Adolf Eichmann foi um oficial nazista alemão de alto que durante o Holocausto, desempenhou um papel central na implementação da “Solução Final”.
Eichmann organizou a deportação de mais de 1,5 milhão de judeus de toda a Europa para guetos, centros de extermínio e locais de extermínio na Polônia ocupada pelos alemães e partes da União Soviética ocupada. Após a Conferência de Wannsee em janeiro de 1942, ele transmitiu os planos para a “Solução Final” para sua rede de funcionários que o ajudaram a realizar os esforços de deportação.
Eichmann fez planos de deportação até o último detalhe. Trabalhando com outras agências alemãs, ele determinou como a propriedade dos judeus deportados seria confiscada e também se certificou de que os escritórios que ele dirigia no Escritório Central de Segurança do Reich (RSHA) se beneficiariam dos bens confiscados.
Apesar de Hanna Arendt, filósofa judia alemã comunista, ter decidido isentar seu compatriota alemão Eichmann, preferindo imortalizar em seu livro “A Banalidade do Mal”, que “Eichman apenas cumpria ordens”, Hanna adulterou a história, funcionamento e a hierarquia do Terceiro Reich. Por que ela fez isto? Nunca revelou. Eichmann nunca “cumpriu ordens”. Eichmann cumpria “diretrizes” e “emitia as ordens à SS para o cumprimento destas diretrizes.
De fato, Eichmann teve três comandos durante o regime nazista. Primeiro foi o “Administrador da Emigração dos Judeus da Alemanha”, de 1933 até a anexação da Áustria 12/mar/1938. Adolf Hitler, considerando que Eichmann desenvolveu muito bem suas funções e mais da metade, cerca de 250 mil judeus, já haviam abandonado a Alemanha, lhe deu o comando de “Administrador da Emigração dos Judeus da Áustria”, função que também exerceu com igual eficiência. Nos seus dois primeiros comandos, não houve violência física praticada contra os judeus que queriam ir embora tanto da Alemanha quanto da Áustria, pois este era o objetivo inicial do regime nazista.
Na conferência de Wansee, lago próximo a Berlim, em 20/jan/1942, mà Eichmann foi dado o comando que selaria a vida de milhões de judeus: “Administrador do Programa da Solução Final judaica”.
Ao contrário do que a idolatrada Hanna Arendt imaginava e deixou cativado na mente dos leitores dela Adolf Eichmann era o “mal” e exterminou milhões de judeus de forma banal. E se os judeus morressem nas terríveis viagens de trem entre guetos e campos de extermínio ou concentração, melhor: saia mais barato para as SS. Adolf Eichman era tenente-coronel da SS.
Por José Roitberg
Após a Segunda Guerra Mundial, Eichmann fugiu da Áustria para a Argentina, onde viveu sob o nome de Ricardo Klement. Em maio de 1960, agentes do serviço de segurança israelense (Mossad) o caturaram e o levaram a Jerusalém para ser julgado em um tribunal israelense. Em 11 de abril de 1961, começou em Jerusalém o julgamento de Adolf Eichmann.
O prédio do tribunal em Jerusalém parecia uma fortaleza. Centenas de policiais controlavam as saídas. Especialmente para os 500 jornalistas que faziam a cobertura do julgamento, foi montada uma sala com telégrafos e telefones. Protegido por vidros blindados, o réu insistiu o tempo todo em sua inocência.
O julgamento de Eichmann despertou interesse internacional, trazendo as atrocidades nazistas para o primeiro plano das notícias mundiais. O julgamento gerou uma nova oportunidade em Israel; muitos sobreviventes do Holocausto se sentiram capazes de compartilhar suas experiências enquanto o país enfrentava este capítulo traumático.
O procurador-geral de Israel, Gideon Hausner, assinou uma acusação contra Eichmann por 15 acusações, incluindo crimes contra o povo judeu e crimes contra a humanidade.
Eichmann também foi acusado de ser membro de organizações criminosas – Storm Troopers (SA), Serviço de Segurança (SD) e Gestapo – que já haviam sido declaradas organizações criminosas no julgamento de Nuremberg em 1946. Como chefe de seção da Gestapo para judeus assuntos, coordenado com o principal chefe da Gestapo, Heinrich Mueller, um plano para expulsar os judeus da Alemanha para a Polônia, que estabeleceu o padrão para futuras deportações.
Enquanto aguardava o julgamento, Eichmann escreveu suas memórias, nas quais insistiu em sua condição de mero cumpridor de ordens superiores durante a Segunda Guerra Mundial. O julgamento de Eichmann durou um ano e terminou com sua condenação à morte.
Pouco antes da meia-noite de 31 de maio de 1962, ele foi enforcado. Seu corpo foi cremado e as cinzas espalhadas no mar, além das águas territoriais de Israel. A execução de Adolf Eichmann foi a única vez que Israel emitiu uma sentença de morte.