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Hamas não quer a Segunda fase e prefere o martírio

O Hamas anunciou um adiamento indefinido na liberação dos reféns prevista para sábado, alegando supostas violações do acordo de cessar-fogo por parte de Israel. Ou seja, neste momento, o Hamas não está interessado em implementar a Segunda Fase do Acordo que previa a continuação dos procedimentos da primeira fase, culpando Israel, como não poderia deixar de ser.

O Hamas acusa Israel de impedir o retorno dos deslocados de Gaza ao norte da Faixa, atirando contra eles e restringindo a ajuda humanitária. O grupo está exigindo “compensação retroativa” e ameaçou interromper a libertação de mais reféns caso suas exigências não sejam atendidas. Pela verdade, os disparos foram realizados não contra deslocados indo para norte da Faixa de Gaza, mas contra um grupo deles que se aproximou a menos de 400 metros da cerca, da fronteira com Israel, apesar de lhes ter sido comunicado anteriormente por escrito, e durante a ação, por alto falantes, de que aquela era uma zona tampão e que se entrassem lá seriam alvejados.

O Hamas enviou civis para uma zona mortal, com a intenção de que Israel os matasse. Cumpridas duas missões: morreram como mártires, e o comando do Hamas pode mentir mais contra Israel.

Enquanto o mundo ocidental civilizado não compreender e aceitar que o objetivo do Hamas, como expresso eu seu estatuto é o martírio, o genocídio dos judeus durante o processo do martírio, e que para eles “as negociações de paz são perda de tempo e não são de interesse do grupo”, não vai se andar para frente.

Isso cria um choque entre duas realidades: a realidade verdadeira do Hamas e a realidade imaginaria do mundo ocidental, e principalmente a irrealidade imaginária da esquerda mundial.

Não há como o Hamas desistir do martírio. Novamente publicamos. No Livro da Jihad, um dos livros que compõe o compêndio denominada Suna (e o Hamas é composto por muçulmanos sunitas) está claramente escrito: “Eu (Allah), poderia destruir seus inimigos com um estalar de dedos, mas vocês precisam se comprovar em batalha, e aos que morrerem todas as suas necessidades serão satisfeitas.”

Definições de martírio no Islã segundo Sharh al-Nawawi ‘ala Muslim (2/164). É martir:
1) Aquele que é morto em uma guerra contra os infiéis por qualquer meio de luta.
2) àqueles que morrem de doenças estomacais, peste, sendo esmagados sob uma parede em queda, aqueles que são mortos defendendo sua riqueza e outros que são mencionados no sahih ahadith.

É o livro 19 da Suna: KITAB AL-JIHAD WA’L-SIYAR – “O Livro da Jihad e das Expedições” (todas as guerras travadas durante a vida do Profeta).

4:76 – Aqueles que acreditam lutam por Allah e aqueles que não acreditam lutam pelo demônio. Então, lute contra os amigos de Satan; a estratégia do demônio é de fato muito fraca.

169th âyat-i karîma da Âl-i ‘Imrân Sûra, “Não pense que aqueles que foram mortos por Allah, como mortos. Ao contrário, eles estão vivos” (Al-Qawl-ul fasl)

“Um mártir está a salvo do tormento no túmulo.” [Ibn Mâja, Bayhaqî, Imâm-i Ahmad]

Hadits importantes para a questão do martírio sunita e que têm força de lei islâmica para quem as segue (para quem segue estas hadits e não toda a população muçulmana do mundo). Os eruditos muçulmanos definiram o hadith como ‘aquilo que Maomé disse, fez ou viu alguém fazer e, com o seu silêncio, aprovou ou não repreendeu a pessoa em questão. A maioria entre os séculos VII e X.

Este é o principal motivador do jihadismo contemporâneo: a guerra é uma obrigação teológica, religiosa, e morrer em batalha é bom e desejável.

É praticamente incompreensível para o ocidental, ainda mais para o humanista, que outro ser humano queira ir para a guerra, não com a intenção de vencer, mas com a intenção de morrer e aceder ao Paraíso. E não importa que as “formas” ocidentais de aceder ao paraíso sejam consideradas verdadeiras e desejáveis. O ocidente simplesmente não conhece os textos islâmicos, quando lhes são mostrados, ou não são vistos, ou são ignorados, ou são considerados como idiotices.

Mas não são os cristãos, católicos, protestantes, judeus, de matrizes africanas, ateus, progressistas e humanistas que precisam concordar com os textos do Livro da Jihad. São os muçulmanos que concordam. A nossa opinião sobre os textos deles é irrelevante, mas eles nos matam devido a estes textos.

Depois vem com a frase de propaganda de que o Islã é a religião da paz e do amor (desde que você não seja cristão, judeu, mórmon, bahai, budista, ateu ou politeísta, ou pior ainda, outro muçulmano de linha de pensamento rival.)

Imagem: foto oficial de divulgação do Hamas do dia 9/fev/2025. Alguém poderia ter a gentileza de enviá-la ao presidente Lula? Seria interessante ele parar de ofender estes caras, afirmando que Israel luta apenas contra mulheres e crianças.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.