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Kristallnacht, a Noite dos Vidros Quebrados, 85 anos

A guerra entre Israel e o Hamas tirou do armário os antissemitas de plantão que voltam se expor novamente 85 anos depois com seus ataques aos judeus.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, disse que seu país registrou mais de 1.040 atos antissemitas desde o massacre do Hamas em Israel, em 7 de outubro, superando significativamente a contagem do ano anterior em um único mês. O presidente da organização judaica CRIF, Yonatan Arfi, expressou a dura realidade numa declaração na segunda-feira: “60% dos ataques são contra pessoas, não contra propriedades”.

O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou  financiamento adicional para proteger as escolas e sinagogas judaicas do país após um aumento de incidentes antissemitas consequência da eclosão da guerra em Israel.

Aulas canceladas na Universidade Cornell, em Nova York, devido a ameaças antissemitas de um estudante.

E vários incidentes e protestos contra os judeus são noticiados diariamente no mundo inteiro.

Hoje, mais do que nunca, devemos relembrar a Kristallnacht.

Nos acontecimentos de novembro de 1938, milhares de alemães, encorajados pelos nazistas, atacaram os bens, negócios e propriedades dos judeus alemães.

Em 9 de novembro de 1938, aconteceu na Alemanha nazista o maior pogrom da história judaica, o episódio que passou para a história como Kristallnatch, ou Noite dos Vidros Quebrados.

Uma onda de violência sem precedentes teve início na noite do dia 09 e continuou durante o dia 10 de novembro e, em alguns lugares, os atos de violência continuaram por mais vários dias.

O pretexto para os pogroms foi o fuzilamento em Paris em 7 de novembro de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris por um estudante judeu polonês, Herschel Grynszpan. Os ataques foram cometidos por membros do Sturmabteilung (SA), a Schutzstaffel (SS) e a Juventude Hitlerista, apoiada pela Sicherheitsdienst (SD), a Gestapo e outras forças policiais.

Centenas de sinagogas em todo o Reich alemão foram atacadas, vandalizadas, saqueadas e destruídas. Muitas foram incendiadas. Os bombeiros receberam instruções para que deixassem as sinagogas serem destruídas, mas que evitassem que as chamas se espalhassem para as construções nas proximidades das mesmas. Os vidros das vitrines de milhares de lojas de propriedade de judeus foram destruídos e suas mercadorias saqueadas. Os cemitérios judeus foram profanados. Muitos judeus foram atacados por membros das Tropas de Assalto (SA).

Os ataques deixaram as ruas cobertas de vidros quebrados de lojas e vitrines de prédios comércios dos judeus, o que dá nome ao episódio.

Pelo menos 91 cidadãos judeus foram mortos durante os ataques e outros 30.000 foram presos e posteriormente deportados em massa para os campos de concentração de Sachsenhausen, Buchenwald e Dachau. As casas da população judaica, bem como seus hospitais e escolas, foram saqueadas e destruídas pelos agressores. Mais de 1.000 sinagogas foram queimadas – 95 somente em Viena – e mais de 7.000 lojas de propriedade de judeus foram destruídas ou seriamente danificadas.

A Kristallnacht foi seguida por uma persistente perseguição política e econômica da população judaica.

Não podemos esquecer. A Kristallnacht foi apenas  o sinal de partida para o que viria depois: o Holocausto, que terminaria com a aniquilação completa de seis milhões de judeus.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.