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Líder opositor de Abbas é morto pela polícia palestina

por José Roitberg

Pode procurar pelo nome Nizar Banat na mídia brasileira, nos portais da esquerda e nos jornais da esquerda brasileira. Não vai achar.

E por que não? Por que o senhor Nizar Banat, opositor ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi preso pela polícia palestina na quinta-feira, dia 24 de junho.

Era membro antigo da Fatah, grupo de Abbas, e foi a nona vez em que foi preso. Mas desta vez foi diferente. Em menos de uma hora estava morto. A autópsia revelou ter recebido golpes na cabeça, peito, pernas, braços e mãos. O comitê de investigação parece ter sido criado para inventar qualquer outra explicação.

Foto: Nizar Banat. Fonte: Facebook

Durante três dias, dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Ramallah em reação violenta contra a Autoridade Palestina. Nas fotos divulgadas não se vê um policial fardado sequer, mas apenas policiais em roupas comuns prendendo e agredindo manifestantes.

Praticamente todos os jornalistas palestinos que cobriam as manifestações de rua foram agredidos, intimidados e/ou tiveram seus celulares confiscados por estarem filmando e fotografando as ações dos policiais palestinos sem farda.

Até mesmo os Repórteres Sem Fronteiras teceram uma raríssima crítica contra a Autoridade Palestina, pedindo, junto com jornalistas palestinos, liberdade de expressão. Nossa! Quem poderia imaginar não existir liberdade de expressão entre os palestinos?

Nizar Banat tinha mais de 115.000 seguidores palestinos no Face. Suas principais acusações contra a Autoridade Palestina eram de que a polícia palestina, não era a polícia e sim a própria Fatah em armas. Num de seus últimos posts escreveu a polícia dá tiros para o alto quando os políticos da Fatah comemoram qualquer coisa, que a polícia dá tiros para o alto quando políticos da Fatah brigam entre eles, e que a polícia dá tiros contra quem fala contra a Fatah.

Por outro lado, Banat também se alinhava com Mahmoud Abbas na questão de não aceitar qualquer ação de normalização de relações com Israel. Um de seus últimos posts foi chamando o ministro da saúde palestino de fantoche por ter aceito um milhão de doses da vacina da Pfizer dadas graciosamente por Israel e pouco depois recusadas. Não iria disputar o cargo de presidente ou primeiro-ministro nas próximas eleições palestinas e sim de membro do parlamento.

Até o momento não há qualquer explicação do que levou 25 policiais, que participaram da prisão da Banat a praticarem ou concederem seu espancamento e morte. Isto é o que aconteceu em Ramallah de quinta-feira até segunda-feira à noite.

Mas como nenhum judeu matou um palestino a pancadas, como a polícia de Israel ou o IDF não mataram ninguém em legítima defesa, como o quebra-quebra foi de palestinos contra palestinos, as grandes mídias brasileiras, que jamais mentem ou produzem fake news, não acham interessante mostrar que há algo de podre no reino da palestina, mesmo que todas as agências internacionais de notícias estejam cobrindo o caso, com muito texto e muitas fotos.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.