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Moshe Dannon, um santo de largo alcance!

Corria o ano de 1817. Na comunidade judaica de Travnik, cerca de 50 km de Sarajevo,na atual Bósnia Herzegovina, havia um membro inconfiável conhecido pelo nome de Moše Havijo que não merecia respeito pelas falcatruas que cometia. A própria comunidade o expulsou. Ele se transformou num maometano, mudou o nome para Ahmed e começou a falar mal dos judeus da cidade, para os dervixes com quem passou a viver. Um belo dia, apareceu morto. Os judeus foram acusados de tê-lo matado.

 Era o tempo do domínio do Império Otomano na região que era governada por Rudzi Pachá. Este cidadão que era conhecido pelo comportamento ganancioso que apresentava em todas as situações nas quais sempre tentava levar vantagem, escutou os dervixes de Travnik e mandou prender 12 proeminentes judeus de Sarajevo e também o rabino líder da comunidade, Moshe Dannon.

Jogou todos na masmorra acorrentados e exigiu 500 moedas de ouro para não mandar matar os prisioneiros.

Um judeu da comunidade de Sarajevo foi ao mercado e contou aos muçulmanos, lamentando, sobre o destino desgraçado dos correligionários dele. E, disse a quem o ouvia. ” Hoje o pachá quer o dinheiro dos judeus. Amanhã vai chantagear todos vocês até que passem para a propriedade dele, todos os bens que vocês tanto trabalharam para obter”

Imediatamente, os muçulmanos penalizados com a sorte dos judeus presos, foram,na manhã seguinte, três mil, em pé de guerra, para a casa do Pachá, exigindo a soltura dos judeus prisioneiros e dispostos a começar uma guerra contra o império dominante que por sua vez, a única que não desejava era qualquer confusão que pudesse abalar o equilíbrio que havia na região. Pachá fugiu para Istambul e os muçulmanos soltaram os judeus e o rabino.

Rav Dannon, em função do desfecho favorável deste caso, havia prometido que iria morrer em Jerusalém para ser enterrado na cidade santa.

Onze anos se passaram e ele deu início à viagem para Jerusalém, não conseguindo ir além de Stolac, cidade na atual Bósnia Herzegovina, onde morreu e foi enterrado.

O local juntamente com a lápide que cobre o túmulo de Moisés Dannon, transformou-se numa área de peregrinação para membros de todas as crenças.

No cemitério destinado ao túmulo de Moisés Dannon também estão enterrados mais dois judeus que defenderam a Bósnia na Primeira Guerra Mundial.

Hoje, peregrinos judeus, muçulmanos, cristãos ortodoxos e católicos procuram o túmulo do rabino e agradecem pelas graças alcançadas.

Esse episódio e a santidade de Moisés Dannon, ficaram conhecidos como a Meguilá de Sarajevo!

Na foto, Ronaldo Gomlevsky em Stolac, na Bósnia, visita o túmulo de Moshe Dannon, o rabino santo que opera milagres para atender a judeus e não judeus. Início do Século XIX.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.