O sabra é duro e espinhoso por fora, mas doce por dentro
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O sabra (em hebraico: tsabar) é uma fruta que cresce nos cactus dos territórios de Israel e do Oriente Médio, bem como em outras regiões do mundo. Vem de uma planta que dá uma fruta dura e espinhosa do deserto, conhecida em inglês como figo da Índia (Opuntia ficus-indica), tem uma casca grossa espinhosa que esconde um interior doce e macio.
O termo “Sabra” costuma ser utilizado para definir os indivíduos nascidos em Israel. O cacto é comparado aos israelenses, que são supostamente duros e rudes por fora, mas delicados e doces por dentro.
Essa referência inicialmente foi feita aos judeus nascidos, antes de 1948, no território da Palestina sob mandato britânico, bem como os seus descendentes, os quais geraram uma cultura, um modo de vida e uma maneira de se relacionar com o mundo diferente daquela dos judeus vindos da Diáspora.
O sociólogo israelense Oz Almog em seu livro The Sabra: The Creation of the New Jew lançado em 2000 descreve o sabra: “A geração pioneira de judeus nascidos na Palestina nas décadas de 1920 e 1930 foi identificada não por onde nasceram, mas sim pela instituição – kibutz, moshav ou corpo pré-militar – que imprimiu neles uma cultura específica. Eles já tinham características de sabra, como uma forma rude e direta de se expressar, um conhecimento da terra, um ódio à diáspora, um senso nativo de supremacia, um idealismo sionista feroz e o hebraico como sua língua materna.”
Ironicamente, o cacto-pera espinhoso – opentia ficuis-indica – em si não era nativo. Na verdade é originário do México! Muitos comerciantes europeus carregaram a pêra espinhosa a bordo para prevenir o escorbuto e, em seguida, transplantaram os cactos ao redor do Mediterrâneo”.
A planta adaptou-se com tanto sucesso que foi absorvido pela cultura israelense, aparecendo em pinturas, histórias e canções. Idealizados com frequência e com orgulho, os sabras se tornaram quase sinônimos de sionismo. Hoje, mais de 70 por cento dos judeus no Estado de Israel nasceram no país, e a palavra sabra não se refere mais à geração pré-1948, mas a todos os judeus nativos. Também é usado com menos frequência.