IsraelÚltimas notícias

Eleições em Israel no dia 23 não vão formar governo

Traições partidárias, políticos mudando e desmudando de partidos, ameaças e promessas, garantias e disse me disse, como o político israelense parece gostar.

Parece estarem gostando mais do processo eleitoral e do toma lá da cá para tentar criar uma coalizão de 61 cadeiras contra 59, que governar. Esta quarta eleição pode levar a entender que o processo pode continuar indefinidamente, para muito lucro de alguns.

Como Menorah publicou na segunda e na terceira eleições, cada uma delas tem o custo total subsidiado pelo Estado de uma eleição normal. Os beneficiados diretos são as empresas de marketing que trabalham nas campanhas, o circuito gráfico de impressão de cartazes pequenos, grandes e enormes, e as gráficas que imprimem as cédulas e outras necessidades do dia da eleição. Cada partido possui verba pública para campanha eleitoral. Parece que o eleitor israelense não se importa com estes gastos.

Diferente das três eleições anteriores, quando havia um partido ou coalizão com chances verdadeiras de desafiar o número de cadeiras do Likud (hoje no poder), nesta não há.

Nove dias antes das eleições, qualquer analista afirmando que o Likud e Bibi vão vencer as eleições é pule premiada. As últimas pesquisas, no entanto, são piores para o Likud que nas eleições anteriores, apontando um empate cravado, um nó, um “deadlock” de 60 a 60 cadeiras entre os que apoiarão o Likud, pelos interesses próprios e os que não apoiarão de maneira alguma. O lado que não apoia está engrossado por desertores do Likud que formaram mais um partido próprio, como Gantz havia feito antes. Portanto, hoje, temos três Likuds disputando, com a certeza de o original sair-se vencedor.

Mas o nó cego da ingovernabilidade pode se transformar num quebra-cabeças chinês, caso o UTJ (United Torah Judaism) retire suas 9 cadeiras da coalizão de apoio. A manutenção deste apoio do partido ultra-ortodoxo ashkenazitas está condicionado ao novo governo (se houver) anular a decisão da Suprema Corte que reconheceu as conversões não-ortodoxas ao judaísmo realizadas em Israel.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.