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OMS e governo de Israel estavam certos: ômicrom é outro nível

É absoluta característica de qualquer vírus, uma entidade química não viva (pelo menos os seres humanos nunca conseguiram declarar que vírus são seres vivos), mas com caraterísticas intrínsecas as seres vivos como se reproduzir e alterar seu RNA e o SarsCov-2, desde o início foi avisado como o vírus de maior capacidade de mutação que o ser humano já viu.

De acordo com artigo da universidade Johns Hopkins e dados da OMS, desde novembro de 2020 já foram identificadas milhares de cepas de covid-19. Ainda no início da pandemia, quando se tentava conhecer o vírus, os cientistas entenderam ser ele capaz de mutar de 3 a 4 vezes por semana, enquanto vírus mais antigos considerados perigosos mutavam uma ou duas vezes por ano. Sendo assim, destas milhares de cepas, apenas quatro são consideradas como “cepas de atenção”: Beta, detectada pela primeira vez na África do Sul; Gamma, detectada pela primeira vez no Brasil; Delta, detectada pela primeira vez na Índia; e Ômicrom, detectada pela primeira vez na África do Sul (mas tudo indica ter vindo da Europa Oriental).

A ciência sabe que os vírus mutam. Por que isso acontece, não se sabe. Quase todas as pessoas imaginam que o vírus “decide” o que ele vai fazer e reordena quatro letrinha de seu RNA para se adaptar a novas realidades “planejadas” por ele. Mas isso é uma alegoria metafórica, em princípio longe da realidade. A verdade nua e crua é que não se sabe o motivo de um vírus mutar. E a cepa ômicrom mutou muito, exatamente na proteína que faz a ligação com as outras células do ser humano.

O vírus pode mutar e ser mais fatal, menos fatal, mais contaminante ou menos contaminante. No momento atual, já está especificados que o vírus se tornou 70 vezes mais contaminante. Se estivesse se abatendo sobre uma população inteiramente não vacinada, estaríamos hoje no evento de extinção imaginado em 2020. Mas as vacinas estão cumprindo o papel delas que é de minimizar quadros graves e minimizar morte. Elas nunca pretenderam impedir a contaminação.

Biden disse há menos de um mês que este seria o inverno da morte para os não vacinados. Tedros da OMS disse que viria uma tempestade. A bem da verdade, em dezembro de 2020, a OMS afirmava que o número de casos de covid-19 era dez vezes maio que o número mostrado pela John’s Hopkins para o mundo, como número oficial, devido à baixa testagem em todos os países. Hoje é impossível saber se o número gigante de positivos diários se deve ao aumento enorme da testagem em todos os países, ou se estamos no mesmo quadro: ou seja, o número de infectados é 5, 6 ou 10 vezes maior que o número de positivos conhecidos.

Mas calma! Isso não é assustador, muito pelo contrário, isto é BOM! Lá em dezembro de 2020, se havia 10 vezes mais infectados, é por que estavam assintomáticos ou com sintomas muito leves. E portanto, o percentual, então de 4% de infetados mortos, seria divido por 10, resultando em apenas 0,4% dos infectados verdadeiros mortos. Compare isto com 12% da Gripe Espanhola (1918-1920).

Em Israel, rapidamente o governo se viu em mãos com 38.000 casos ômicrom entre as crianças nas escolas e a União dos Professores pediu para o ensino voltar a ser não-presencial. No Brasil temos gente entrevistada nas TVs afirmando que a escola é um ambiente seguro. Os novos casos em Israel que estavam em algumas centenas por dia até meados de dezembro estão já batendo 45.000 por dia, na segunda-feira, enquanto no domingo foram 21.000, já se caracterizando por um crescimento até maior que o exponencial, que se dá quando o número dobra de um dia para o outro.

O número de casos de covid-19 no IDF, Forças de Defesa de Israel quintuplicou em uma semana, atingindo até mesmo generais. Yar Lapid, primeiro-ministro alternativo de Israel, positivou hoje.

As coisas acontecem primeiro em Israel na Pandemia. Quem não quiser ver a contaminação de crianças vacinadas nas escolas em Israel e insistir em que o calendário letivo municipal precisa ser levado a ferro e fogo, pois é o mais importante, vai levar o Brasil para uma situação complicadíssima. Precisamos torcer para a Pfizer conseguir produzir o bojo das novas vacinas para as crianças, já contra a variante ômicrom.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.