Pra lá de Bagdá quem manda sou eu
Comemorações no mundo judaico após 300 intelectuais “iraquianos” se posicionarem a favor de inserir o Iraque dos Acordos de Abraão. Quem comemorou não deve saber que o Iraque, como a Síria, não assinaram ainda o armistício da Guerra de 1948 e portanto, permanecem em ‘estado de guerra contra Israel’. Nem os mais de 20 anos de influência militar e financeira norte-americana no Iraque permitiram mudar este quadro. Quiçá 300 assinaturas.
A resposta do governo iraquiano foi fulminante: mandou prender os 300!!! A maioria é do Curdistão. Se pudesse, mandava matar os 300, mas o Iraque não é o Emirado Talibã, ainda.
Lá no Afeganistão, o antigo segundo fundador do movimento original, o sujeito que comandava a brutalidade da sharia (da lei islâmica), já foi retirado da caverna onde se escondia e assumiu o velho posto em Cabul.
Disse que os tempos são outros, e desta vez estão permitidas tvs, rádios, celulares, internet, filmes “porque as pessoas precisam disto”. Ao mesmo tempo, declarou que cortar mãos, pés e narizes de criminosos já está voltando “porque a segurança do povo precisa disto”.
A lei islâmica prevê açoitamentos, mutilações e execuções para os mais diversos crimes, inclusive os de menor potencial ofensivo. E também determina que ações que violam o Corão são crimes punidos com pena de morte, como tomar bebida alcoólica, e homossexualismo. Todavia, nenhum movimento LGBTQIA+ abre o bico sobre a questão: preferem ser contra Israel, que é mais tranquilo.
Durante o primeiro regime talibã este mesmo sujeito mandou decepar um dedo das mãos de vários idosos afegãos que votaram na eleição anterior.
E arrematou: “Nunca dissemos nada sobre as leis de outros países. Não vamos admitir que ninguém diga como deveriam ser nossas leis.”