Rússia diz que Zelensky dirige um “regime nazista”, que tem “laços de sangue com Israel”
Foi o que a embaixada russa no Cairo tuitou em relação a visita de Zelensky à reunião da Liga Árabe. Após a péssima repercussão o tweet foi apagado e algumas horas depois publicado novamente, sem qualquer menção à Israel.
“O presidente do regime nazista em Kiev tem laços de sangue com Israel. Ele veio a um evento político árabe e não apenas mentiu escandalosamente sobre as raízes do conflito, mas também ousou condenar a posição árabe neutra sobre esta questão”, tuitou a embaixada no sábado, referindo-se à presença de Zelensky na cúpula da Liga Árabe em Jeddah.
Por vezes é muito complicado compreender o quanto das decisões tomadas na ex-União Soviética, se mantiveram nos cadernos e manuais da política externa russa. A criação da narrativa de que “os judeus são os novos nazistas” se deu em agosto de 1967, pouco mais de um mês após o fim da Guerra dos Seis Dias, enquanto URSS e Israel ainda possuíam relações diplomáticas. Isso acontece dentro do governo de Leonid Brejnev. Em outubro de 1967 a União Soviética romperia relações diplomáticas com Israel e começaria a aportar armamento, financiamentos e treinamento aos países árabes inimigos de Israel.
A Arábia Saudita, por outro lado, sempre foi norte-americana desde sua fundação, em 1932 pela Standard Oil Corporation, empresa de John D. Rockefeller (1839-1937). Ele não era judeu. Apesar de existir muita propaganda antissemita e até do regime nazista de Hitler sobre esta questão, Rockefeller foi cristão batista, financiador de inúmeras construções de igrejas nos EUA.
A retórica do Kremlim de “desnazificar a Ucrânia” poderá terminar é com a “desputinização” da Rússia.
Imagem: cena da cobertura oficial da visita de Zelensky à Liga Árabe em Jeddah.