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Suicídio político implode governo Bennett

por José Roitberg

A bola foi cantada na segunda-feira passada e o governo Bennett caiu hoje (20/jun). A coalização impossível se provou impossível através de um mané do Yamina (Direita política, do próprio partido de Bennett) e de uma estúpida do Meretz. Eu fico imaginando a satisfação dela!

No caso do próprio colega Nir Orbach, saiu e voltou à coalizão algumas vezes. A visão deste sujeito é que não aceita acordos com os árabes e com a esquerda. Ora mr Borbach, coalizão significa acordos mesmo. A política é feita de acordos e não de cabeças duras.

O Meretz com sua meia dúzia de 3 ou 4 parlamentares, 40% deles árabes, inclusiva a dona cuja, sempre militou para derrubar o governo. VEJAM O SUCESSO!!! Sendo parte do governo, conseguiram. A bem da verdade pela cabeça de uma que foi contra a determinação do seu próprio partido. O Meretz queria continuar no governo.

A sanha revolucionária marxista de uma pessoa preferiu cometer suicídio político e levar o Estado Judeu junto. Seria Ghaida Rinawie Zoabi a primeira terrorista suicida política da história? Não é muçulmana. É cristã e vem de uma família de médicos importantes em Israel. Formada em literatura hebraica e psicologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém.

Na oposição o Meretz jamais iria conseguir derrubar o governo de Bibi Netanyahu, apesar de ter feito o que pode fazer, inclusive insuflando setores da esquerda judaica mundo adentro, gente que enche o peito para soltar o ar quente ao som de Meretz e seu camaradinha hermano PSOL, minorias insignificantes e gritadoras.

Agora, madame Zoabi pode ter jogado o próximo governo de volta no colo do Likud, de Bibi e da enorme minoria ortodoxa e ultra-ortodoxa política. Exatamente quem ela lutava antes para tirar do poder. Pera aí !!! Então podemos entender que a professora de literatura do Meretz trabalhou a favor de Bibi Netanyahu, do SHAS, do United Torah Judaism, do Degel Ha Torah, do Bezalel Smotrich?

Isso poderia ser considerado uma mesóclise esquerdista: poder-se-ia remover o próprio governo; ter-se-ia uma nova eleição digna; fa-lo-ia porque qui-lo!!! Parabéns dona profa retardante!

Zoabi lembrou-me de Benedita da Silva durante a comissão do Congresso que resultou no impeachment da Dilma. Benedita sempre foi do PT e começou a fala dela com um inesquecível “Nós da oposição…” Ou seja, mesmo depois de 17 anos no governo, a senadora ainda carregava a verve oposicionista, ao Brasil é claro.

Já a atual oposição israelense, não deu tiros para o alto, porque não são habitantes da Faixa de Gaza. Bibi, feliz da vida, rebolando enquanto as pedradas dos processos de corrupção contra ele não o atingem (dá até pra pensar que não existe caso verdadeiro algum), já se considera eleito. Todas as lideranças dos partidos políticos ortodoxos, ultra-ortodoxos e mais além como Smotrich e Gafni apontam a direta interferência de Deus restaurando o único caminho que existe, que é o caminho que eles traçam no mapa da vida.

Nenhum se referiu ou sequer teve a ousadia de agradecer à madame Zoabi.

As novas eleições acontecerão em outubro. O que já se sabe: o Yamina vai se dissolver nos antigos pequenos partidos que o compõe; e segundo a maioria dos analistas israelenses, nenhum partido vai conseguir obter a maioria novamente, aliás, nunca mais. O parlamentarismo israelense já não mais responde à vontade da população israelense.

GRANDE ERRO DE BENNETT

Não aprendeu com Bibi. A raposa política Netanyahu, ao logo de seus 12 anos do governo, nomeou seus maiores desafetos como embaixadores, até mesmo em Washington: mandou os desafetos para longe, tenham sido estes do seu próprio partido ou não.

Em fevereiro Bennett nomeou Zoabi com cônsul em Shangai, uma posição importantíssima. Por motivos não divulgados, a nomeação foi postergada. Caso Zoabi tivesse sido mandada pra China, outro nome da lista do Meretz teria assumido a cadeira dela no Knesset e o governo não teria caído hoje.

Dever-se-ia aprender com os mestres da política e praticar o que funciona. Agora, babau.

Obviamente a visita de Biden marcada para o mês que vem, onde possivelmente seria fechado o acordo com a Arábia Saudita, poderá vir a ser suspensa.

Foto, divulgação do gabinete do primeiro-ministro de Israel

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.