Vacinação de crianças politizada pela mídia brasileira
No Brasil a população respondeu ao apelo da vacina melhor que na maioria dos países do mundo. 78,2% da população tem uma dose e 67,5% da população tem duas doses.
Infelizmente estamos vendo a grande mídia no Brasil novamente politizando a vacinação, desta vez das crianças, agindo exatamente da mesma forma que agiu (com muito sucesso para a agenda antigoverno), na vacinação geral.
“A consulta pública do Ministério da Saúde é para dar voz aos negacionistas”, bradam os jornalistas nas all-news tupiniquins nesta segunda-feira. O fato de o governo já ter comprado a vacina infantil da Pfizer, já ter agendado as entregas, já ter definido o início da vacinação é tratado como AGENDA NEGATIVA, onde o governo é culpado ao invés de ser o agente que resolve a questão. E se há negacionistas falando (porque há mesmo, e eu conheço alguns), pouquíssimos brasileiros lhes dão ouvidos. Basta ver os números deste artigo. Quando se mostra 78,2% da população vacinada, estamos falando de da quase totalidade do público-alvo, pois 79,6% da população tem mais de 19 anos de idade.
Dentro da realidade, o número de adultos não vacinados no Brasil, negacionistas de fato, gira em torno de 3.190.000 pessoas, contra mais de 120.000.000 nos EUA. Mas pela verdade, os motivos deles são realistas e coerentes para eles. O que é incoerente é escutar um analista da CNNdoB, dizer ser inadmissível colocar a liberdade individual acima da obrigatoriedade da vacinação e do passaporte sanitário.
Aliás, segundo se apurou, o embarque nos navios de cruzeiro de fim-de-ano se deu apenas com a apresentação do passaporte sanitário e de um PCR negativo de até 24 horas antes do embarque, e a cagada foi geral. Testes falsos? Passaportes falsos? Não se sabe.
A grande mídia, quer porque quer que todas as crianças sejam vacinadas imediatamente. Não interessa à narrativa da mídia antigoverno se existem ou não as doses de vacinas específicas para crianças. Todos os analistas, sem exceção formaram um paredão passando à população a falsa noção de que no dia seguinte ao da Anvisa autorizar a vacinação de crianças, a campanha poderia e deveria ter começado. Não ter ainda existido tal vacinação equivale ao tal “governo genocida” pretender matar nossas crianças.
Você não vai ver nenhum noticiário nacional lhe mostrar que a faixa de 5 a 19 anos representa 21,5% da população brasileira, ou seja 45.700.000 pessoas. Para elas são necessárias a compra e entrega inicial de 46 milhões de doses, e a campanha completa inicial vai chegar a mais de 100 milhões de doses, diga-se de passagem JÁ ADQUIRIDAS à Pfizer (incluindo as perdas que já se conhece).
Ao terminar esta campanha para as crianças, o Brasil deverá atingir mais de 96% de sua população totalmente vacinada, o que nenhum outro país do mundo conseguirá.
Mas é claro, “o governo é genocida, o governo não compra vacinas, o governo atrasa campanhas etc e tal,” uma narrativa estúpida da massa dos jornalistas que prefere à oposição ao patriotismo.
Nas entregas normais de Pfizer cada avião trazia entre 1 milhão e 2 milhões de doses. A mídia “acha” e passa este achismo ao público, de que ao comprar 100 milhões de doses, lá nos EUA de Biden vão usar uma varinha do Harry Potter, enfiar rapidamente os frasquinhos num avião e mandar pra cá. Não possuem o mínimo discernimento, nem possuem qualquer intenção de discernir os tempos obrigatórios para os processos de fabricação, embalagem e transporte das vacinas. “Acham” que as vacinas podem sair do avião e entrar no braço dos brasileiros sem controle de qualidade, que também tem seus tempos obrigatórios.
E a Pfizer continua operando no modo “CAIXA-PRETA”. Não existe divulgação do número de doses de vacinas que a empresa produz por dia, por semana ou por mês.
E por falar em fabricação, teria a Coronavac falecido? E a Butanvac? Não existe sinal dos resultados dos testes autorizados? E a fábrica da Fiocruz para a produção do insumo da Astra-Zeneca no Rio de Janeiro? Abandonamos estas vacinas? Está ou não sendo construída a fábrica da Pfizer em São Paulo junto com uma das farmacêuticas de genéricos brasileira? São perguntas de última importância que ninguém faz.
Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador