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Vamos falar de óvnis, os objetos voadores não identificados

Dias atrás, em 17/mai/2022, aconteceu uma inusitada seção do Congresso dos EUA, com quase três horas e meia de duração, para o Pentágono explicar o relatório publicado em 2021. Tal relatório é o primeiro fruto de uma lei assinada pelo Trump, em 2019, obrigando as agências governamentais e as forças armadas divulgarem seus arquivos sobre Óvnis.

Portanto, não se trata mais de teorias de conspiração ou teorias atribuídas a malucos: é o governo norte-americano publicando e discutindo.

Em inglês, os óvnis eram denominados UFOs (Undentified Flying Objects). Todavia a lógica burocrática militar adotou uma nova designação para descaracterizar o termo enraizado culturalmente. De maio de 2021 para cá, são UAPs (Undentified Aerial Phenomena), isto é, Fenômenos Aéreos Não Identificados. Cá para nós, o termo é mais apropriado, pois grande número dos registros testemunhados, fotografados e filmados, não parecem mostrar nenhum “objeto”, mas alguma “coisa”.

Resultado…

Repercussão pública praticamente igual a zero, tanto em maio de 2021, como agora. Para o leitor ter uma noção da irrelevância para a humanidade, o vídeo oficial da seção do dia 17/mai, que você pode ver aqui neste post, teve pouco mais de cem mil visualizações até o dia 23 de maio. Pífio.

Pontos relevantes:

144 eventos estavam oficialmente relatados, no texto de 2021. Foram expandidos para 200 eventos na seção do Congresso. Apenas um pôde ser explicado. A maioria possui vídeos de câmeras militares de aeronaves, de vigilância de navios e até mesmo das telas de radares militares, além de um ou outro vídeo do mesmo evento feito por celulares de quem viu. Tudo está na Internet oficialmente.

Você acha 144 eventos, um número grande? Então fique sabendo que até agora só a Marinha dos EUA cumpriu a lei e estes 144 eventos aconteceram entre 2019 e 2022 apenas. Os outros 56 eventos adicionais foram encontrados em relatórios até o ano de 2004. Ou seja, falta andar para trás por outros 60 ou 70 anos de material. A Força Área que voa muito mais que a Marinha nada divulgou. Nem o FBI, nem a CIA, nem a National Security. O Space Command faz de conta que não e existe mesmo que seu efetivo seja de mais de 45.000 militares.

Provavelmente os leitores também não acreditam na existência do Space Command. O USSPACECOM está localizado na Base Aérea Peterson, no Colorado. Seu comandante atual é o GEN James H. Dickinson (quatro estrelas), comandando um efetivo de 18.000 homens. O que fazem de fato e que equipamentos possuem não foi divulgado. Existem apenas fotos de eventos, escritórios e painéis com computadores. Existem: fuzileiros navais espaciais, e comando da marinha espacial. Quem quiser acreditar que existe uma estrutura militar de grandes proporções sem qualquer necessidade, talvez esteja indo pelo caminho errado.

Funcionou de 1985 a 2002 (Ronald Reagan, George H. Bush, Bill Clinton, encerrado pouco mais de um ano após 9/11 – 9/set/2001 – pelo presidente George W. Bush) e reativado em 2019 pelo presidente Trump, sendo mantido pelo presidente Biden. Portanto, não se trata de agenda exclusiva de Republicanos ou Democratas, mas de segurança nacional.

O relatório da Marinha, ratificado no Congresso, pode ser resumido: não se pode explicar 199 eventos dentro das leis da física que conhecemos. Ponto final, ou inicial?

O relatório considera que os fenômenos são uma ameaça ao tráfego aéreo e por não serem compreendidos podem se tratar de uma ameaça ao planeta.

A repercussão mais bizarra sobre o relatório e a sessão do Congresso, veio de setores da sociedade civil e da mídia, declarando que possivelmente o governo, os militares e as testemunhas estão mentindo. Entendeu?

Antes se dizia que o governo americano estava mentindo por não mostrar, agora estão dizendo que o governo americano está mostrando para mentir.

Por que isso nos interessa? A comprovação de haver qualquer outra inteligência no Universo, poria fim ao etnocentrismo das religiões humanas (quase todas) de se definirem como únicas, como oriundas de Deus. Os outros, se existirem, seriam oriundos de quem? Obviamente, se as religiões tradicionais não aceitarem a existência de outros, certamente vão determinar que nós fomos criados por Deus e os outros, podem ter sido criados apenas pelo que é oposto a Deus, ou seja o demônio.

Calma, não é maluquice, nem achismo. As religiões fazem isso umas com as outras aqui na Terra mesmo há mais de 3.000 anos: a minha vale, a sua não; é minha é de Deus, a sua não; o ser que parece humano mas não pode ser humano pois não acredita em Deus como eu acredito só pode ser um demônio. São tantas as instâncias teologicamente já definidas, que cansa.

Após os relatórios da Marinha dos Estados Unidos, podemos afirmar: não estamos sozinhos, pois convivemos com fenômenos que ainda não podem ser explicados. Por outro lado, evolução científica foi da Terra ser o centro do Universo, para o Sol ser o centro do Universo, para o Universo ser melhor compreendido ou incompreensivelmente admirado. Provavelmente seremos confrontados com a quebra do paradigma do Homem ser o centro da Criação, para o Homem ser parte da Criação.

Foto do post: Imagem de vídeo gravado por câmera militar naval de visão noturna de um UAP triangular, que fazia parte de um grupo de outros UAPs semelhantes. Imagem oficial divulgada pela Marinha dos Estados Unidos.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador.

Sessão oficial completa do governo norte americano sobre UFOs-UAPs do dia 17/mai/2022 – 3h25m de duração – em inglês.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.