judaísmoMundo

Rei Mohammed VI do Marrocos “reorganiza” e fortalece a comunidade judaica de seu reino

O restabelecimento das relações diplomáticas entre Israel e o Marrocos desde dezembro de 2020 como parte dos Acordos de Abraão, apoiados pelos EUA, produziu uma dezena de acordos de cooperação em diversos campos.

Desta vez os contemplados pelo rei do Marrocos foram os judeus do país.

O ministro do Interior marroquino, Abdeluafi Lafti apresentou nessa semana, durante o Conselho de Ministros, um conjunto de medidas que visam implementar as instruções do Rei Mohammed VI sobre a “organização da comunidade judaica marroquina”.

Após consultar a liderança judaica, a iniciativa do rei Mohammed irá criar três organizações. O Conselho Nacional da Comunidade Judaica Marroquina, a ser inaugurado em breve, e será responsável pela gestão dos assuntos comunitários e a preservação da herança cultural judaica. A Comissão de Judeus Marroquinos no Exterior que irá trabalhar para consolidar os laços dos judeus marroquinos que vivem no exterior com seu país de origem. E a Fundação do Judaísmo marroquino que promoverá e protegerá o patrimônio imaterial judaico-marroquino, preservando suas tradições e especificidades.

Em comunicado, o Conselho das Comunidades Judaicas de Marrocos disse que “é com profunda gratidão e imenso orgulho que todas as comunidades judaicas marroquinas no Marrocos e em todo o mundo tomaram conhecimento da declaração do porta-voz do Palácio Real” tornada pública ao fim do Conselho de Ministros realizado quarta-feira sob a presidência do Rei Mohammed VI.

Este mecanismo legal oferece aos membros da “nossa diáspora um quadro que lhes permitirá estreitar ainda mais os laços com o Reino e envolver-se com fervor na defesa das causas nacionais”, disse o Conselho.

A comunidade judaica do reino data da antiguidade e cresceu no século 15 com a expulsão dos judeus da Espanha.

Na década de 1940, seu número havia crescido para 250.000, representando 10% da população do país, mas grande parte imigrou para Israel e estima-se que cerca de um milhão de judeus de origem marroquina vivem no país. Hoje, calcula-se que a comunidade judaica no Marrocos se compõe de 3.000 pessoas. Aproximadamente 700.000 israelenses reivindicam descendência marroquina e mantêm fortes laços com seu país de origem.

Imagem: Rei do Marrocos Mohamed VI, foto oficial do governo marroquino.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.