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Últimas notícias da Guerra de Gaza

Reprodução das mídias sociais.

⁂ Esse aí é o escritório do Hamas em Beirute onde estava acontecendo uma reunião entre lideranças do Hamas, Jihad Islâmico e Hezbollah. Além de Saleh al-Arouri, fundador da ala militar do Hamas e desde então envolvido em ataques contra Israel, inclusive o sequestro e cativeiro de Guilad Shalit, outras seis pessoas ainda não nominadas morreram. A mídia libanesa diz que duas delas trabalhavam com Saleh. O governo israelense não assumiu a autoria do ataque e declarou que foi algo entre o Hamas e o Hezbollah. Pela imagem não parecer ter sido atingido por um míssil vindo de fora, o que não descarta que um drone tenha entrado pela janela e explodido dentro. Segundo a mídia libanesa não há qualquer testemunha que tenha visto nem drone, nem míssil. Ainda não surgiu qualquer imagem de câmeras de vigilância naquela rua do sul da capital libanesa, num bairro que é reduto do Hezbollah. O leitor precisa recordar que Beirute já foi alvo de atentados a bomba avassaladores, realizados pelo Hezbollah.

⁂ A partir do dia 10/dez/23 o IDF passou a divulgar diariamente, as 13hs (ISR) 8h (DF) o número total de baixas militares. (em preto o número atual, em verde o número de 7 dias antes). Neste dia 02/jan/24 temos: Mortos desde o início da guerra (7/out) 508 – 495; desde o início da operação em Gaza (27/out) 174 – 161. Feridos hospitalizados hoje – 46 – 47 graves, 271 – 262 médios, 172 – 133 simples. Feridos desde o início da guerra 2.265 – 2.066; desde o início da operação em Gaza 983 – 874 . Adicionalmente, 59 policiais foram mortos no dia 7/out.

⁂ A Suprema Corte de Israel foi palco, palco mesmo, de uma vergonha nacional no primeiro dia do ano. A seção que deveria ser de despedida por aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade da presidente do tribunal, juíza Esther Hayut e de juíza Anat Baron foi transformada em seção de votação que derrubou por 8 voto a 7 a lei aprovada pelo Knesset que impediria a Suprema Corte de vetar leis com alegando irrazoabilidade. A agora ex-juíza da Suprema Corte Hayut, deu provas de que ela é o que sempre foi dito que ela era. Usou o poder de forma política, decretando que a corte não eleita tem o direito e impedir os representantes eleitos pelo povo de alterar seus procedimentos. Qualquer semelhança com o pensamento vigente no Brasil não é mera coincidência e não acontece apenas nestes dois países. Hayut, agindo como agiu, durante uma guerra, fez um papel canastrão no palco de Jerusalém.

⁂ De acordo com as normas jurídicas israelenses, a derrubada de uma lei do Knesset por maioria simples permite que a lei seja reapresentada, novamente votada e aprovada. Caso Bibi Netanyahu proceda rapidamente, antes da escolha de dois novos juízes, terá maioria de 7 a 6 na Suprema Corte. Espera-se que após a escolha dos juízes a maioria seja de 9 a 6. Mas existe o risco do desgaste político da alternância do poder em Israel ver uma situação bizarra de um governo passando lei para coibir a Suprema Corte e o próximo passando outra para liberar.

⁂ Mas não foi só isso que a Suprema Corte votou no dia primeiro. Por maioria esmagadora de 13 a 2 decidiram que eles têm o direito de revogar e alterar as Leis Básicas do país. E não se sabe onde isso vai levar. De cara limpa, Hayut declarou que limitar os poderes da corte é uma interferência de um “poder” sobre o outro. Todavia anular uma lei do parlamento, ou agora, qualquer outra lei, é um direito de um dos poderes, o judiciário e isso não interfere nem no executivo nem sobre o legislativo, segundo os juízes que defendem esta excrecência.

⁂ Nas pesquisas eleitorais feita na penúltima semana do ano, outra picaretagem, mas não ilegal, o resultado deu que “se as eleições fossem agora”, Gantz e partido dele iriam assumir o governo, o Likud perderia 5 ou 6 cadeiras, o esquerdista misto israelense-árabe continuaria fora do parlamento, e para grande surpresa, o partido Trabalhista, o Avodá, oriundo do Mapai (Partido Socialista dos Trabalhadores) fundador de Israel, ficaria também fora do Knesset pela primeira vez. Os votos se diluiriam pelas vertentes da direita política não ortodoxa. E pelo lado deles, os kahanistas Smotrich e ben Gvir, também não seriam eleitos, pois a população, inclusive os que votaram neles, entenderam que eles não podem fazer parte do governo.

⁂ Neste momento, tanto Smotrich como Itamar ben Gvir voltaram a falar e serem publicados defendendo o indefensável, que sempre foi a plataforma eleitoral deles: a expulsão de todos os palestinos da Faixa de Gaza e a volta das colônias religiosas ortodoxas lá com a incorporação do território à Israel. Falam o Ministro das Finança e o da Segurança Nacional. Pode até ser que a Faixa de Gaza se torne inabitável por muitos anos, mas as colônias não vão voltar para lá.

Do War Mapper no X.

⁂ Acima você verifica o mapa com atraso de 48 horas da Faixa de Gaza. A área azul está sob o controle das tropas israelenses. O número de baixas, que as pessoas consideram alto é na verdade muito baixo para um feito que só o IDF tem capacidade para fazer. Os russos levaram seis meses para conquistar uma pequena cidade, menor que a cidade de Gaza e completamente destruída, Bakhmut e agora já estão há quatro meses tentando conquistar um bairro em Adviika, sem sucesso. As perdas russas estão entrar 800 e 1.200 soldados por dia.

⁂ No dia 27/dez o Knesset aprovou uma lei de emergência aumentando em um ano o limite de idade para o serviço militar obrigatório anual dos reservistas. A partir de agora, de soldados a sargentos, 41 anos de idade; oficiais, 46 anos de idade; médicos e tripulações aéreas até 50 anos de idade.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.