Guerra de GazaÚltimas notícias

Guerra de Gaza – últimas notícias

⁂ O IDF destruiu um longo túnel de 800 metros de comprimento na região de Sabra no centro da Faixa de Gaza neste dia 27 de maio. Em outro túnel da região de Jabalya foram encontradas os sete corpos de reféns recentemente, inclusive escondidos dentro de paredes do túnel. Todos já foram sepultados com enorme presença popular em Israel.
 A questão teológica da Guerra de Gaza que o ocidente e a esquerda política se recusam a acreditar que exista. Hoje, 27 de maio, as Brigadas Al-Quds confirmam que permanecerão firmes no caminho da jihad e da resistência até à libertação e ao regresso. “É uma jihad de vitória ou martírio”, publicaram oficialmente na conta do Twitter/X deles. Al Quds é o nome pelo qual chamam Jerusalém. Este grupo é da Cisjordânia. Jihad é Guerra Santa, que eles têm zero de chances de vencerem. Portanto, almejam apenas o martírio que é morrer por Allah, morrer por Deus. Al Quds, em árabe, significa A Sagrada. O Hamas, nas mídias sociais, continua conclamando todos os palestinos a se levantarem em armas e partirem para o martírio. São solenemente ignorados.
⁂ Religiosos ortodoxos místicos, incluindo da seita do rabino Zalman, entraram em confronto com a polícia de Israel nos acessos ao Monte Meron, na noite de sábado e manhã de domingo. É normal para eles a peregrinação ao túmulo do rabino Shimon bar Yochai, localizado lá, em Lag Baomer. A presença costuma ser de 100.000 homens, inclusive com milhares de crianças, num local onde não cabe uma fração deste número. Em 2021, um acidente simples com uma arquibancada provocou pânico, correria por passagem estreitas sem qualquer possibilidade de saídas de emergência. O saldo foi de 45 mortos, mais de 100 feridos, vários em estado grave. Na visão mística judaica os mortos e feridos foram punidos por Deus pelos pecados deles, coisa com a qual o restante do mundo judaico não concorda.
Image
⁂ Sendo Deus o responsável pelo acidente, os homens de fato responsáveis não foram julgados até hoje e nem serão, pois todos são rabinos das vertentes ortodoxas místicas. Este ano, o Norte está sob ataque do Hezbollah desde o dia 8 de outubro de 2023 e existem proibições e limitações de viagens para o norte. E o parque do Monte Meron fica bem ao Norte, totalmente dentro do alcance dos piores mísseis do Hezbollah. Nem se poderia imaginar 100.000 pessoas tentando se abrigar quando soasse um alerta de ataque. O Monte Meron está apenas a 8 km da fornteira com o Líbano e a linha mostra como é próximo. De fato, no dia 27/mai, o Hezbolah disparou 16 mísseis contra o Meron que cairam em áreas abertas. A tragédia de 2021 seria pequena, em comparação. A polícia foi para lá impedir o uso do local para proteger os participantes e a festividade foi transferida para Jerusalém, onde ocorreu sem maiores incidentes, sempre com apoio policial e muitas equipes médicas, pois é normal um grande número de atendimentos de emergência por problemas de pressão alta e outras condições cardíacas.
Imagem
 Mas milhares de místicos decidiram já há muito tempo que não precisam respeitar nem as leis do país, nem as ordens da justiça e muito menos da polícia, que consideram “nazista”. E forçaram para cima da polícia nos acessos ao Meron, com barras de ferro, pedras, garrafas de vidro e até cadeiras. O resultado foram 19 policiais feridos. O número de religiosos feridos não foi divulgado. Mas uma cena é a infeliz assinatura da divisão de parte da sociedade israelense. Um dos policiais (que foi detido e afastado imediatamente) deu um forte empurrão pelas costas num idoso ortodoxo que estava saindo do local, e o senhor bateu com o rosto e a testa no chão. Na foto acima, ele sendo atendido pelos paramédicos que não levaram mais de 10 segundos para chegar até ele. A atitude daquele policial não está de acordo com o regulamento, foi de excesso de violência completamente desnecessária. Gostaríamos que o rapaz pensasse em alguém fazendo isso com o avô dele. Como ele se sentiria. Hoje, este senhor judeu ortodoxo místico é como se fosse o avô de todos nós. Refuah Shlema.
 Não podemos confundir os ortodoxos místicos que partiram para a violência, igualmente desnecessária no Meron, com a imensa maioria que pacificamente aceitou a transferência do evento para Jerusalém, inclusive todos os líderes dos movimentos místicos. De onde os radicais tiram a certeza de que não precisam obeceder a polícia, onde aprendem isso, deveria ser esclarecido.
 A recente ordem da Corte Internacional de Justiça em Haia exigia que Israel permitisse a entrada de ajuda humanitária para Gaza vinda do Egito. É uma narrativa atróz pois o Egito não queria fazer isso. Não era Israel que impedia. O presidente Biden precisou telefonar ao presidente Sissi, do Egito, e insta-lo a mandar ajuda humanitária, o que já começou a aconter hoje, 27/mai, com mais de 200 caminhões. Como tudo estava indo bem, um soldado egípcio decidiu se martirizar e começou disparar seu fuzil Ak-47 contra soldados do IDF do outro lado da fronteira. Conseguiu atingir seu objetivo, morrendo como mártir em combate. Na porta do Paraíso, quando lhe for negada a entrada ele ficará surpreso. Pelo jeito não compreende corretamente sua própria religião: martírio é contra o inimigo, e Israel é um país amigo do Egito.
 Mais uma frente de combate contra Israel está aberta e confirmada. Uma milícia iraquiana que apoia o Irã lançou dois drones contra Eilat hoje, 27/mai e foram abatidos. Portanto existem ataques desde Gaza, desde o Líbano, desde a Síria, desde o Iêmen, desde o Irã e agora desde o Iraque. É preciso entender que com o desenvolvimento dos drones, qualquer grupo terrorista agora pode ter uma força aérea barata de curto, médio e longo alcance, sem arriscar a vida de seus integrantes. Cabe ao alvo ter capacidade para se defender.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.