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Divisão Judaica do Shin Bet? Como assim?

No domingo, foram reveladas novas gravações chocantes de chantagem com ameaças feitas pelo vice-chefe da divisão judaica do Shin Bet contra o oficial de polícia Avishai Moalem. O nome está sendo mantido em sigilo, sendo referido apenas como “Aleph”.

Avishai Moalem se recusou a cooperar com a exigência do chefe da divisão judaica do Shin Bet de realizar prisões falsas de cidadãos israelenses e manteve-se fiel à lei.

Posteriormente, ele foi subitamente preso com a aprovação da assessora jurídica do governo, sob suspeita de corrupção.

Isso é mais uma prova da conduta corrupta da divisão judaica do Shin Bet sob a liderança de Ronen Bar, em total cooperação com a assessora jurídica do governo.

Ronen Bar e Gali Baharav-Miara, que têm uma relação de longa data, armaram um caso contra o oficial de polícia Moalem, e agora estão agindo juntos para impedir a demissão de Bar.

Em outro momento das gravações, o chefe da divisão judaica do Shin Bet se mostra preocupado, no dia 10 de outubro de 2023 pelo fato de ter havido uma corrida as lojas de armas para cidadãos adquirirem pistolas absolutamente legalmente. Em outro ponto, chama os colonos judeus da Judeia e Samaria de “shmucks” (tradução livre, babacas, idiotas).

Menos de 12 horas depois da divulgação das gravações, o chefe da divisão judaica do Shin Bet se “auto-suspendeu”, o que é uma atitude estranha, mas que garante a veracidade do que foi publicado e é uma confissão de culpa.

As investigações políticas devem cessar imediatamente.

Ronen Bar, que falhou de forma desastrosa em 7 de outubro e desde então perdeu a confiança de todo o governo, deve parar de se agarrar ao cargo e deixá-lo imediatamente.

Quais são as funções da Divisão Judaica do Shin Bet? Seria para investigar judeus quanto a risco à segurança nacional ou para proteger judeus de riscos à segurança nacional? Gostaríamos de saber também.

Relativo ao tema, publicado pelo jornalista Tamir Morag, em Israel.

Gali Baharav-Miara, a assessora jurídica do governo, colocada no cargo por Bennet e Lapid, na gestão anterior, é amiga pessoal próxima do chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e do ex-chefe Nadav Argaman, que supostamente tentou chantagear o primeiro-ministro. Isso pode ser novidade para alguns, já que a mídia silencia qualquer revelação feita no Canal 14, mas meu amigo Moti Castel já expôs que Baharav-Miara, por meio de seu marido que serviu com Bar e Argaman no Shin Bet, mantém amizades próximas com eles, incluindo encontros pessoais frequentes.

Diante desse claro e corrupto conflito de interesses que a Procuradora-Geral tentou esconder do público com ajuda da cobertura midiática, ela não tem autoridade para decidir ou “aconselhar” sobre questões relacionadas a Ronen Bar e ao suposto comportamento fascista do Shin Bet em geral – e em especial do chefe do departamento judaico, cujas novas gravações foram reveladas nesta noite, depois que ele alegou que os áudios anteriores “não refletem sua conduta”.

O Shin Bet, que falhou em sua missão principal e carrega a responsabilidade mais evidente pelo maior massacre de judeus desde o Holocausto, deve ser imediatamente desmantelado. Um novo órgão deve ser criado em seu lugar – que reconheça o sistema democrático e seja composto por indivíduos mais competentes, que o Hamas não consiga envergonhar e que não sabotem constantemente o regime democrático do Estado de Israel.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.