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Ativistas pedem banimento do Irã da Copa 2022 no Catar por discriminação às mulheres

Talvez você tenha assistido o sorteio das chaves da Copa do Mundo no Catar. Certamente a população iraniana não viu o mesmo que você. Toda aquela apresentação inicial com a cantora egípcia, cujo nome nem consegui resgatar, num vestido com centenas de pérolas, dezenas de diamantes enormes, mas… Simulando ser transparente (com uma base cor-de-pele), contando com generoso decote em V e braços expostos, foi chocante. Devíamos ter filmado da TV. Hoje, está banida.

Aliás, se você quiser assistir novamente todo o sorteio, não vai conseguir. É totalmente com direitos autorais de Fifa e o programa foi engavetado. O patrulhamento foi tão cerrado que sequer existem fotos na internet do que aconteceu no palco exceto uma foto de cada um dos jogadores que sorteavam bolinhas.

Ao vivo deve ter sido complicado para os censores iranianos, se bem que limar toda a parte inicial foi tecnicamente simples. E o discurso da moça foi empolgante. Tente achar na Internet. Banido.

Agora, ativistas e atletas iranianos que abandonaram o país, exigem que a FIFA retire o Irã da Copa do Mundo porque 2.000 mulheres que tinham ingressos comprados para assistir o jogo entre Irã e Líbano, das eliminatórias, na cidade de Mashad, foram impedidas de entrar no estádio. Segundo as agências oficiais de notícias iranianas, isto de fato aconteceu.

Será que o Irã vai exigir apenas homens nos estádios em seus jogos no Catar? Confusão posta e logo com os Estados Unidos.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.