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França não quer julgar caso Sarah Halimi

Neste domingo, 25 de abril, milhares de manifestantes se reuniram para protestar contra a decisão do tribunal francês por não julgar caso Sarah Halimi. Segundo a decisão, Kolibi Traore não é criminalmente responsável por matar Sarah Halimi porque ele fumava maconha. A principal manifestação foi realizada na Place du Trocadero, em Paris, enquanto centenas de manifestantes se manifestaram ao mesmo tempo em Tel Aviv, Londres, Roma, Nova York, Miami, Los Angeles e outras cidades da França.A principal manifestação foi realizada na Place du Trocadero, em Paris, enquanto centenas de manifestantes se manifestaram ao mesmo tempo em Tel Aviv, Londres, Roma, Nova York, Miami, Los Angeles e outras cidades da França.

imagem de Sarah Halimi usando óculos e sorrindo
Foto: Sarah Halimi
Cortesia do CRIF – Confédération des Juifs de France et des amis d’Israël (Confederação dos Judeus Franceses e amigos de Israel)

ENTENDA O CASO

Em 4 de abril de 2017, Sarah Halimi, de 65 anos, médica e professora francesa aposentada, mãe de 3,foi morta por seu vizinho de 27 anos, Kobili Traoré. Ele invadiu o apartamento dela enquanto ela dormia, espancou-a, esmagou-lhe o crânio e atirou-a da varanda. Não está claro se ela ainda estava viva quando o criminoso a atirou pela janela do edifício. Sarah era a única judia residente no prédio e os vizinhos relataram ter ouvido Traoré gritar repetidamente “Allahu Akbar” e gritar “Eu matei o sheitan”, usando a palavra árabe para “satanás”.

Em dezembro de 2019, um tribunal decidiu que Traoré não era criminalmente responsável por suas ações porque seu uso pesado de maconha havia desencadeado um episódio psicótico e comprometido seu “discernimento”.No início de abril de 2021,a Suprema Corte de Apelações do Tribunal de Cassação manteve a decisão anterior de que o réu, Kobili Traore, não pode ser responsabilizado criminalmente pelo assassinato da judia Sarah Halimi em Paris em abril de 2017, após fumar até 15 baseados de maconha por dia e desencadear um episódio psicótico.

O tribunal reconheceu  que Traore, agora com 30 e poucos anos, tinha pontos de vista antissemitas ligados ao assassinato, mas aceitou a alegação da defesa de que ele era psicótico na época e deveria ser colocado em uma instituição psiquiátrica. Grupos judaicos disseram que a decisão destaca o fracasso da França em lidar com o crescente antissemitismo.

O presidente francês Emmanuel Macron pediu uma mudança na lei. “Decidir usar drogas e depois ‘ficar louco’ não deveria, a meu ver, remover sua responsabilidade criminal”, disse Macron ao Le Figaro em uma entrevista publicada no domingo.

O grupo guarda-chuva Judaico do CRIF busca aumentar a conscientização sobre Halimi na sociedade civil e apoiar os esforços para mudar a lei. Os advogados Gilles-William Goldnadel e Francis Szpiner,  advogados da família, anunciaram na quarta-feira que planejam “levar uma queixa aos tribunais israelenses contra Traoré em nome de Esther Lekover, irmã da vítima”, que é cidadã israelense.  A lei criminal em Israel pode ser aplicada a crimes de anti-semitismo cometidos no exterior quando as queixas são feitas por cidadãos israelenses, como Lekover.

Neste domingo, 25 de abril, várias organizações judaicas organizaram um protesto contra a na Place du Trocadero, em Paris. Numerosas cidades na França e ao redor do mundo seguiram o exemplo, organizando marchas e protestos no domingo em contestação à decisão do Tribunal para que a Justiça possa ser feita por Halimi. Um comício simultâneo foi realizado em Londres, perto da embaixada da França.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.