Judoca desertor dedica sua medalha a Israel e agradece: todá!
O desertor iraniano Saeid Mollaei dedicou sua medalha de prata a Israel depois de competir na final do judô masculino de 81 quilos nesta terça-feira, nas Olimpíadas de Tóquio.
“Esta medalha também é dedicada a Israel e espero que os israelenses apreciem essa conquista”, disse Mollaei, de acordo com a emissora pública israelense Kan.
Mollaei, que representa a Mongólia, conquistou sua primeira medalha olímpica dois anos depois de deixar seu país natal, o Irã.
“Espero que os israelenses estejam felizes com esta vitória”, disse Mollaei, acrescentando em hebraico: “Todá (obrigado).”
Relembre o caso
Saeid Mollaei, que nasceu em Teerã, sagrou-se campeão do Mundo em 2018.Em 2019, quando participava da Olimpíada de Tóquio recebeu do presidente do Comitê Olímpico do Irã e do Ministro do Desporto do país ordens para que perdesse de propósito nas semifinais para evitar lutar contra o israelense Sagi Muki na final.
Mollaei denunciou as pressões das autoridades iranianas, que teriam também ameaçado a sua família no Irã. Do Japão, Mollaei já não voltou ao seu país e seguiu para a Alemanha, onde pediu asilo político. Já a Federação Internacional de Judô baniu o Irã das provas internacionais por 4 anos, apesar do país negar qualquer pressão a Mollaei e ameaças à sua família.
Mollaei deixou a família no Irã e renunciou também à sua própria nacionalidade, passando a viver e treinar na Europa,até que, recebeu da Mongólia, outra das potências asiáticas do judô, a oferta de um passaporte, e o atleta passou a competir pelo país.
No início deste ano Saeid Mollaei foi competir em Israel e declarou ao jornal israelense Haaretz:
“Queria ser o primeiro iraniano a ir a Israel sem problemas, com segurança e com amizade, porque sou um atleta, não sou um político”.