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O encontro em Aqaba entre Israel, Egito, Jordânia, palestinos e EUA, termina em acordo e metade do governo de Israel não aceita

O objetivo era aliviar a tensão na Judeia e Samaria, principalmente devido a agressividade do novo grupo terrorista palestino “Lions’ Den” (Cova dos Leões), criado em julho de 2022. Todos os seus primeiros líderes, homens entre 25 e 29 anos já morreram em combate. O grupo entendeu a importância das mídias sociais e ganhou popularidade publicando vídeos de seus ataques no Tik Tok e Telegram. A conta do Tik Tok chinês foi fechada em outubro de 2022, mas o Telegram, criado por russos e sediado em Dubai, tem 238.000 inscritos. Seria muito simples para a UEA remover esta conta, mas não o faz.

A força estimada do Lions’ Den é de 100 ou menos combatentes e não é inimigo apenas de Israel, mas da Autoridade Palestina. Seu logo com fuzis AR-15 cruzados sobre o Domo da Rocha acima de uma meia-lua islâmica negra contendo o nome do grupo em árabe estilizado. As bandeiras negras são utilizadas pela Al Qaeda, Estado Islâmico e aderentes, mas não há confirmação deste grupo ser aderente. As mídias árabes dizem que ele recebeu quadros de pelo menos quatro grupos armados palestinos e a plataforma principal é combater Israel e não aceitar ordens de nenhum grupo palestino atual. Quando nosso Daniel, foi jogado na Cova dos Leões ele saiu de lá. Será que eles não sabem?

A cooperação de segurança entre Autoridade Palestina foi retomada, o efetivo policial armado da AP vai ser aumentado e Israel não anunciará novos assentamentos por seis meses. Isso foi um acordo entre governos para acalmar a situação pois já estamos próximos ao Ramadã, com início no dia 22 de março, quando a tendência histórica é aumentar a violência por parte dos muçulmanos jihadistas.

Enquanto a conferência ainda acontecia, os dois jovens judeus do ramo sionista-ortodoxo, da família Yaniv foram fuzilados e assassinados dentro do carro deles em Huwara, cidade palestina bem ao sul de Nablus, onde ocorreram os confrontos contra o Cova dos Leões.

A resposta de Smotrich, também da ortodoxia sionista, o ministro das finanças piromaníaco que também detém a pasta de autoridade sobre a Judeia e Samaria, foi: “não vamos congelar os assentamentos nem por um dia”, ou seja, se posicionou numa questão chave contra a decisão de seu próprio governo.

Entenda: na gestão anterior de Bibi, ele foi colocado como ministro dos transportes. No discurso de posse declarou que não trabalhava pelo primeiro-ministro, nem por Israel. Trabalho por Deus, disse Smotrich. Ou seja, valem as leis de Deus.

Todos os ministros ortodoxos seguiram a posição de Smotrich e se posicionam contra o acordo já assinado. Caos político previsto desde o início dentro do governo.

Na quinta-feira o ministro da educação, da ortodoxia árabe do Shas apresentou um projeto para remover a autonomia da Biblioteca de Israel e coloca-la sob o Knesset atual. Diversos autores israelenses já ameaçaram não enviar mais livros para a biblioteca e a Universidade de Jerusalém avisou que se isso acontecer, vai remover seu acervo de lá. Obviamente é uma tentativa do Shas de controlar o que pode e o que não pode estar numa biblioteca.

Representantes dos reservistas de todas as categorias militares, inclusive do Mossad, já se posicionaram e declararam que se houver a reforma judicial eles não vão mais se apresentar para o “miluim” serviço militar obrigatório de um mês para todos os reservistas até os 45 anos de idade.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador

Imagem, soldado do Lions’ Den com uniforme de couro preto, fuzil e a braçadeira com o emblema do grupo que desafia Israel e a Autoridade Palestina e está no centro de todas as ações terroristas na Cisjordânia nos últimos três meses. Foto postada pelo grupo na conta do Telegram do Lions’ Den.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.