Ônibus urbanos sem motoristas começam a ser testados em Israel
O objetivo é transformar Israel em um líder mundial em veículos autônomos de transporte público, permitindo que as empresas israelenses se tornem líderes globais neste setor.
A cada passo a Revolução Industrial foi criando novos empregos e relegando profissões antigas ao esquecimento. Quem, nascido em 1850, imaginaria que se tornaria trabalhador ou escravo, na construção de estradas de ferro para trens ou bondes? Quem imaginaria que condutor de bonde puxado a burro seria uma profissão? Quem imaginaria que andar pelas linhas de bonde engraxando os trilhos também seria uma profissão? Bonde elétrico? Motor a explosão interna, que perigo não é? Ônibus com motoristas e trocadores? Impensável.
Hoje já sabemos que a profissão de motorista profissional tende a entrar para a história dos transportes como os condutores de bondes de engraxates de trilhos. Não existe volta. Os veículos serão autônomos, principalmente os que demandam profissionais contratados.
Os trocadores já se foram, trocados por cartões RFID ou não. Os motoristas ainda se vão, a médio prazo, trocados por computadores com IA que não vão nem desgastar os veículos desnecessariamente, nem vão se irritar, nem vão se cansar, nem vão tem fome ou dor de cabeça e principalmente não vão receber salário e outros benefícios. Se foram construídos e administrados como as urnas das eleições brasileiras, serão veículos absolutamente infalíveis.
O programa piloto do ônibus autônomo em Israel terá duração de dois anos com um investimento de cerca de US$ 18 milhões – metade com recursos do governo. Após a conclusão do programa, espera-se que os grupos vencedores operem comercialmente linhas de ônibus usando veículos autônomos.

Na primeira do programa, as empresas testarão ônibus autônomos em área experimental fechada com o objetivo de comprovar viabilidade tecnológica, regulatória, de segurança e de negócios.
Na segunda fase, os autocarros autónomos passarão para as vias públicas. A distância que os ônibus podem percorrer aumentará durante o piloto de dois anos.
Os ônibus inicialmente exigirão um “motorista de segurança” ao volante, caso algo dê errado. Idealmente, este requisito será abandonado uma vez que a segurança dos ônibus esteja garantida.
O piloto também ajudará o governo a mapear a infraestrutura necessária para operar um sistema de transporte público totalmente autônomo em Israel, bem como a testar a capacidade comercial dos operadores de transporte público.
Participam deste programa quatro consórcios com empresas de Israel, França, Noruega, Turquia e Estados Unidos.
1 – Metropolin, BG Motors e Ottopia (Israel), Karsan (Turquia), Adastec (Michigan), Applied Autonomy (Noruega). A Metropolin é uma das maiores operadoras de transporte público em Israel. As empresas de tecnologia do grupo têm experiência anterior com veículos autônomos de transporte público em Michigan e na Noruega.
2 – Egged e uma empresa tecnológica francesa líder. A Egged é a maior operadora de transporte público de Israel e uma das maiores do mundo. A empresa francesa tem veículos autônomos em cerca de 20 países.
3 – Dan, Via Enigmatos e Ottopia (Israel), EasyMile (França). Dan, outro dos principais grupos de transporte público de Israel, foi um dos primeiros líderes no fornecimento de vans de transporte público sob demanda por meio de sua subsidiária Bubble Dan. A EasyMile opera serviços autônomos de microônibus em áreas urbanas ao redor do mundo.
4 – Nateev Express e Imagry (Israel) – Nateev Express opera ônibus em Israel; A Imagry está desenvolvendo uma plataforma de software para direção autônoma. Atualmente, está operando um programa com um ônibus sem motorista no terreno do Sheba Medical Center.
