Dezenas de judeus ucranianos sobreviventes do Holocausto encontram refúgio seguro na Alemanha

O mundo dá voltas. Um dia a Alemanha expulsa e assassina, noutro dia ela acolhe com respeito e carinho.

A Claims Conference ajudou a transportar cerca de 90 sobreviventes idosos da Ucrânia para asilos na Alemanha, uma ação que salvou a vida de muitos, mas ainda os deixou “traumatizados”. Todos entre 80 e 100 anos de idade.

A característica comum destes judeus é quase todos terem perdido suas casas ou apartamentos bombardeados e não terem mais acesso à pensão civil ou militar que os mantinham vivos. Tornaram-se praticamente indigentes e sem possibilidades de sobreviver.

A Claims Conference é a instituição mundial cujo trabalho é fazer com as indenizações aos sobreviventes do Holocausto sejam pagas e recebidas mensalmente por eles. Nunca foi uma instituição de resgate e acolhimento.

Ela evacuou mais de 90 sobreviventes do Holocausto ucraniano para a Alemanha desde o início do conflito, uma ruptura com o trabalho usual da organização de garantir que os sobreviventes recebam compensação e apoio contínuo.

A instituição há muito ajudava a administrar programas de assistência para sobreviventes do Holocausto na Ucrânia.

Mas, à medida que o conflito se intensificou, ficou claro que esses programas de assistência não poderiam mais ser sustentados, principalmente no leste. Como muitos dos sobreviventes precisavam de muitos cuidados e não podiam sobreviver sem essa ajuda, ficou claro que deveria se fazer de tudo para evacuá-los.

Retirá-los envolveu enormes desafios logísticos, desde encontrar ambulâncias na Ucrânia até localizar casas de repouso adequadas.

Para muitos dos frágeis sobreviventes do Holocausto, pode ser uma luta compreender o fato de que encontraram refúgio na Alemanha. Eles estão fugindo para um país que “no passado os perseguiu e fez de tudo para matá-los.”

Imagem: ilustrativa – a Ucrânia tem dezenas de milhares de imóveis destruídos ou inabitáveis. Não só os que estão em cidades que foram campos de batalha, mas também nas cidades que foram apenas bombardeadas pela aviação, artilharia, drones ou mísseis russos. O número de desabrigados é enorme e a aproximação do inverno será terrível. A partir desta quarta-feira 29/dez, as temperaturas em Kiev já estarão entre a máxima de um grau negativo e a mínima de seis graus negativos. Sem casa, ou em apartamentos em janelas, sem gás, sem eletricidade.