Palestina é o nome cristão de uma região – não é um nome árabe muçulmano
Para este dia 29 de novembro de 2023, não vamos falar sobre a Partilha da Palestina, mas sobre a origem do nome Palestina: spoiler, não é o que você imagina.
As narrativas são perversas e a história é deixada absolutamente de lado. Mas toda a criação e evolução do termo “palestina” é absolutamente conhecido e registrado na história formal da humanidade. O resto, é mentira, apenas mentira.
Phlisthim, em hebraico era um o povo que habitava a região onde hoje é parte da Faixa de Gaza, indo da região a meio caminho entre Jaffa (hoje parte da cidade de Tel Aviv) e Ashkelon até o Rio do Egito (logo abaixo da cidade de Gaza), onde Israel traçou recentemente a linha de exclusão do norte da Faixa de Gaza. Atualmente o Rio do Egito é um “wadi”, rio temporário que se enche apenas durante a época de chuvas, mas há milhares de anos atrás era um rio de fato com dois afluentes, um ao norte e um ao sul. Por isso a cidade de Gaza foi estabelecida ali: havia água abundante.
Phlishtim (Filisteus para facilitar) estiveram em guerra com as 12 tribos de Israel desde pouco depois da chegada de Josué à Canaã e ao longo de todo o período dos Juízes, cerca de 410 anos. Sansão, segundo a narrativa morre prisioneiro ao destruir o principal templo dos filisteus com todos os que estavam lá. Perderam várias vezes e venceram várias vezes, chegando mesmo a capturar a Arca da Aliança (depois devolveram). David, ainda jovem derrota Golias, o gigante filisteu.
No século 10 AEC os egípcios conquistaram o que se denominava a “pentápole filisteia” as cinco cidades dos filisteus, Ashdot, Ashkelon,rom, Gaza e a maior delas Gat. Apenasrom deixou de existir. Posteriormente, no ano 722 AEC foram conquistados pelos Assírios. Nabucodonosor II devasta a região dos filisteus e de Judah no 603 AEC. Quando Alexandre o Grande (grego-macedônio) conquista a região inteira no século IV, Judah se transforma em província, mantendo sua identidade pelos primeiros 150 anos, mas filisteus, já misturados com os Assírios não constituíam mais uma etnia e foram dissolvidos e incorporados pelos gregos. Estamos aqui mil anos antes do surgimento do islã.
O termo grego para aquela região da pentópole era Palaistinḗ e em latin Palæstina. Mas Judah, continuou como Judah. Os Macabeus posteriormente derrotam os gregos e configuram uma aliança com o recente Império Romano, que criou novas divisões políticas.
No século I AEC., a Judeia era uma província sob domínio romano, e sua administração estava sujeita às mudanças políticas e territoriais da época. A região da Judeia era uma parte da província romana da Síria durante grande parte do período do século I AEC. até o século I. Vários reis e tetrarcas governaram diferentes partes da Judeia sob a supervisão romana.
É importante notar que, ao longo do tempo, as divisões políticas podiam variar. A capital era Cesarea Marítima e não Jerusalém. No entanto, algumas regiões notáveis durante esse período incluíam:
Judeia: A área central que incluía Jerusalém e era considerada o coração da região.
Samaria: Ao norte da Judeia, Samaria era outra região importante. A cidade de Samaria era sua capital.
Galileia: Ao norte da Samaria, a Galileia era uma região significativa, e cidades como Nazaré e Cafarnaum estavam localizadas aqui. A Galileia é frequentemente associada ao local onde Jesus passou grande parte de sua vida.
Estas são divisões gerais, e as fronteiras exatas e a administração política podem ter variado ao longo do tempo devido a mudanças nas políticas romanas e nas dinâmicas regionais. No ano 70 o Segundo Templo de Jerusalém é destruído.
No século II., a Judeia continuou sendo uma província romana, mas é importante notar que o controle e a administração territorial podiam variar ao longo do tempo devido a mudanças políticas e militares. Durante esse período, a região foi sujeita a diferentes formas de administração romana. Aqui estão algumas das regiões e divisões que podem ter sido relevantes na Judeia Romana no século II:
Judeia: A área central, incluindo Jerusalém, continuou a ser uma parte significativa da província.
Samaria: A região ao norte da Judeia, com sua capital em Samaria, provavelmente manteve sua importância.
Galileia: A Galileia, ao norte, também permaneceu como uma região distintiva.
Perea: A região a leste do Jordão, conhecida como Perea, foi frequentemente associada à Judeia durante esse período. (hoje a margem oriental do Rio Jordão, pertencente à Jordânia.
A outras províncias ali coladas eram a Fenícia (Líbano e parte da atual Síria) e Síria (o restante da área atual da Síria e parte do atual Curdistão)
No ano 132 AEC após o fim da Guerra dos Judeus com a derrota de Bar Kochba, a cidade de Jerusalém é destruída a mando do imperador Adriano II. Desejando varrer a presença e a memória dos judeus da região, mesmo após a guerra ter custado a vida de meio milhão (número romano), mas talvez 300.000 judeus entre combatentes e civis, mesmo tendo escravizado parte dos judeus, disperso outra parte ao longo do Império Romano e deixado lá uma pequena parte dos judeus, o imperador consultou seus historiadores para saber qual era o maior inimigo histórico dos judeus.
Baseado nos textos de Flávius Josefus (37-100), antigo sacerdote judeu hasmoneu e general que passou para o lado romano, a resposta foi “Palæstina” em latin. Assim o imperador Adriano juntou as áreas da Síria e da Judeia renomeando-a de Syria- Palæstina. Isso acontece depois de 734 anos dos filisteus não mais existirem como grupo étnico.
Essa divisão durou do ano 132 até 284, quando assume o imperador Diocleciano subdivide tudo numa ampla região administrativa denominada Diocese Oriental
Palaestina Prima – Judea, Samaria, Idumea, Peraea e a planície costeira, com Caesarea Maritima como capital. (rosa no mapa)
Palaestina Secunda – Galileia, Decapolis e Golan, com Beth-Shean como capital. (amarelo no mapa)
Palaestina Tertia – o deserto do Negev parte sul da Perea, com Petra como capital. (verde no mapa)

Também foi Diocleciano que dividiu o Império Romano em dois: do Ocidente e do Oriente. Estas três palestinas foram mantidas durante Império Bizantino até começar sua dilapidação pelo islã com a conquista de Jerusalém no ano 637.
Constantino, também conhecido como Constantino, o Grande, foi imperador romano de 306 a 337 Ele é mais conhecido por sua conversão ao cristianismo e por suas reformas políticas e militares. Uma das ações mais significativas de Constantino foi a fundação da cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia) em 330 Essa cidade foi escolhida para ser a nova capital do Império Romano. Assim, Constantinopla tornou-se a nova capital do Império Romano, enquanto Roma permaneceu uma cidade importante no Ocidente.
Constantino, de fato reuniu o Império Romano novamente e mudou sua capital.
A verdadeira divisão do Império Romano em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino) ocorreu mais tarde, após uma série de eventos históricos. O Império Romano do Ocidente entrou em colapso em 476, quando foi invadido pelos bárbaros, enquanto o Império Romano do Oriente, com Constantinopla como sua capital, continuou a existir por vários séculos, sobrevivendo até a queda de Constantinopla em 1453 para os turcos muçulmanos.
O imperador Teodósio, em 395, formalizou a divisão ao dividir o império entre seus dois filhos. Arcádio recebeu o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, enquanto Honório recebeu o Império Romano do Ocidente, com capital em Mediolano (atual Milão) e, posteriormente, em Ravena.
Essa divisão final entre os impérios do Oriente e do Ocidente estabeleceu as bases para o desenvolvimento futuro do Império Bizantino (Império Romano do Oriente) e para o declínio gradual do Império Romano do Ocidente, que caiu em 476 com a deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto. O Império Bizantino, segue, portanto por mais 977 anos.
Durante todo o domínio muçulmano da região, iniciado com a conquista de Jerusalém pelo Califa Omar, no ano 637, as guerras entre o islã, as Cruzadas, a conquista pelos mongóis em 1260, a derrota da Última Cruzada em 1291, em momento algum os muçulmanos e árabes se referiram à região como “palestina”. Essa era uma designação católica-bizantina-europeia.
De 1291 até 1917 o Império Turco-Otomano, muçulmano sunita não árabe, controla todo o Oriente Médio e Arábia.
Quando o Império Britânico liberta Jerusalém do controle muçulmano pela primeira vez em 626 anos ele passa a se referir à região como Palestina, pois é assim que primeiro os romanos politeístas, e depois os católicos romanos e depois os cristãos bizantinos denominavam a região.
O mais importante é que Palestina jamais foi um país, e sim nome de diversas regiões geográficas, governadas por impérios estrangeiros. Nunca houve um estado soberano com este nome.