Sadat e Begin: os acordos que além da paz valeram um prêmio Nobel
Em 26 de março de 1979, o então primeiro-ministro Menachem Begin e o presidente egípcio Anwar el-Sadat assinaram o tratado de paz que foi o primeiro entre Israel e as nações árabes vizinhas.
O acordo veio 16 meses depois de Sadat ter viajado a Jerusalém – uma ação sem precedentes de um líder árabe que irritou grande parte do mundo muçulmano – para se encontrar com Begin e discursar no Parlamento israelense.
Os acordos de paz egípcio-israelenses foram negociados em 1978 e completados no ano seguinte em Camp David, com mediação decisiva do então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.
O tratado incluiu a cessação do estado de guerra, reconhecimento mútuo, normalização das relações, uma retirada gradual e completa das forças e civis israelenses do Sinai para a fronteira internacional e restrições à colocação de forças armadas no Sinai e no Negev. Também previa a livre passagem de navios israelenses pelo Canal de Suez e o reconhecimento do Estreito de Tiran como uma via navegável internacional. Assim, o Egito se tornou o primeiro país árabe a reconhecer oficialmente Israel e fazer as pazes com ele. Em 25 de abril de 1982, Israel concluiu a evacuação de suas forças e instalações militares, bem como de assentamentos civis da Península do Sinai, entregou a soberania da área ao Egito e retirou-se para a fronteira internacional.
Por sua conquista, Sadat e Begin receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1978. Os esforços de paz de Sadat não foram aclamados no mundo árabe, e o Egito foi suspenso da Liga Árabe. Em 6 de outubro de 1981, extremistas muçulmanos assassinaram Sadat no Cairo. No entanto, a paz continuou sem ele e em 1982 o Egito estabeleceu formalmente relações diplomáticas com Israel.