Um estado opressor

Nunca será tarde fazermos uma análise sobre como a Alemanha passou a ser um estado assassino, cuja sociedade, antes democrática, aceitou seguir leis discriminatórias e aplaudiu a extirpação do elemento judeu, de todo o Leste Europeu.

Matar judeus para roubar foi possível na medida em que tratar os judeus como responsáveis pelo comunismo e pelo fracasso da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, transformou-se em verdade cantada em prosa e verso pelo regime nazista, repetida milhões de vezes pela propaganda do partido nazista, acatada pelo alemão médio que, inclusive, se aproveitou da ideia, desumanizando judeus para se apropriar do que possuíam, depois de matá-los a sangue frio.

Um estado que, ao invés de proteger a liberdade, a propriedade privada, a ideologia, a posição e a exposição de ideias dos cidadãos, dentro de um regime democrático, faz a escolha de perseguir pessoas por seus pensamentos e pela exposição deles, não pode prevalecer.

É estarrecedor, estarmos assistindo em nosso país, a instalação de gulags, treblinkas e aushwitzes que estão sendo paulatinamente montados com a destruição da Constituição de 1988 e a substituição de certas prerrogativas democráticas adquiridas, pela vontade de prevalência de alguns no poder sobre toda a sociedade.

Estamos vivendo um momento crucial de passagem paulatina, vagarosa, mas firme, da vida democrática nacional, para o abismo do totalitarismo.

Poucas são as vozes que se tem levantado contra este perigosíssimo avanço da prática discricionária, o que permite aos atores do mal, continuarem com o intento que lhes move.

A pergunta que não se cala: como estará o Brasil em dez anos?

Será possível respirarmos liberdade do Oiapoque ao Chuí?

Faça a análise, você mesmo, meu leitor querido, sobre o clima político-jurídico que começamos a respirar e estamos presenciando e, me responda, você mesmo!

Ronaldo Gomlevsky

Imagem: Gomlevsky nas florestas onde ocorreram os assassinatos de judeus! Rumbula, Riga, Letônia.