Adolf Eichmann, o arquiteto da Solução Final
Na noite entre 31 de maio de 1962 e 1º de junho, em Tel Aviv, Adolf Eichmann, um alto funcionário alemão foi enforcado pelo Estado de Israel por sua participação no Holocausto, o extermínio nazista de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Tenente-coronel da SS e Chefe do Gabinete Judaico da Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial, Eichmann nasceu em Solingen, Alemanha, em 19 de março de 1906.
Em 1º de abril de 1932, ele se juntou ao Partido Nazista Austríaco e, seis anos depois, estava encarregado do “Escritório para a Emigração Judaica” em Viena, estabelecido pela SS como a única agência nazista autorizada a emitir autorizações de saída para os judeus da Áustria, então da Tchecoslováquia e mais tarde do antigo Reich alemão .
A Conferência de Wannsee de 20 de janeiro de 1942 consolidou a posição de Eichmann como o “especialista judeu” do RSHA e Reinhard Heydrich agora lhe confiou formalmente a implementação da ” Solução Final “.
Em julho de 1942, Eichman participou da Conferência de Wannsee, uma conferência de altos funcionários nazistas que foi convocada para organizar a logística do que os nazistas chamaram de “solução final para a questão judaica”. A posição de Eichman como “o especialista em judeus” foi consolidada,o alemão deveria coordenar os detalhes da execução em massa dos judeus nos campos de extemído. Logo após Wansee, ele iniciou a operação:organizou a identificação, montagem e transporte de judeus de toda a Europa ocupada para seus destinos finais em Auschwitz e outros campos de extermínio na Polônia ocupada pelos alemães.
Em 1944, o oficial nazista disse a Heinrich Himmler que cerca de seis milhões de judeus foram eliminados, quatro milhões deles morreram de “causas naturais” nos campos e outros dois milhões foram mortos nas câmaras de gás. Ele disse a um de seus oficiais que: “Vou morrer feliz com a certeza de ter matado quase seis milhões de judeus”.
No final da Guerra, Eichmann foi capturado e estava sob a custódia dos EUA quando conseguiu fugir em 1946. Em fevereiro de 1945, após passar pela Áustria e Itália, o ex-oficial nazista fugiu da Alemanha e estabeleceu-se na Argentina sob a identidade falsa de Ricardo Klement, sua mulher e filhos se juntaram a ele no país e para se manter trabalhou como capataz em uma fábrica da Mercedes-Benz.
Sequestro e transporte para Israel
Somente em 1957 o paradeiro de Eichmann seria finalmente revelado por um funcionário do próprio governo alemão. O funcionário era Fritz Bauer, um juiz judeu que a muito custo conseguiu escapar da Solução Final, mudando-se de país várias vezes.Eichman estava morando na Argentina!
Os agentes secretos de Mossad liderados por Isser Harel encontraram o ex-dirigente nazista em 1960. Ele foi sequestrado na Argentina e interrogado até que revelasse sua verdadeira identidade. Fortemente sedado, ele foi levado a Israel em um avião da El Al disfarçado de passageiro doente.
Adolf Eichmann foi julgado e condenado em Israel entre os dias 2 de abril e 14 de agosto de 1961, no total, 111 sobreviventes do genocídio prestaram testemunho, muitos quebrando 15 anos de silêncio. Em sua jaula de vidro blindado, o criminoso nazista assistia a tudo impassível. Em seu julgamento, ele argumentou que estava apenas cumprindo ordens. Otto Adolf Eichmann foi considerado culpado de “crimes contra o povo judeu, crimes contra a humanidade e crimes de guerra” e foi condenado à pena de morte.
Ele foi enforcado há 59 anos e teve o corpo cremado em um forno crematório construído especialmente para nazista. Dois guardas fizeram todo o procedimento, juntando as cinzas.
Por determinação do então primeiro-ministro David Ben-Gurion, o forno foi destruído e as cinzas de Adolf Eichmann foram jogadas ao mar em uma ampla área para que não se tornasse um local de adoração nazista e que não restasse vestígio do criminoso nazista que embarcou milhões de inocentes para a morte durante o regime de terror de Adolf Hitler.
Essa foi a única vez que a pena de morte foi realizada sob a lei israelense.
Imagem: O criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann caminhando na área externa de sua cela na prisão de Ayalon, Ramla.
Foto: Government Press Office (Israel), CC BY-SA 3, via Wikimedia Commons