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Caminhão lançador de mísseis é apreendido no Líbano

O recente ataque do Hezbollah contra Israel foi uma ação de escala mínima, mas demonstrando como é fácil de fazer. Mas não foi um ataque do Hezbollah e sim do Irã.

Um dia antes do novo presidente do Irã tomar posse, três mísseis foram disparados desde o Líbano contra Israel. Um dia depois, outros 19 mísseis, apenas de uma unidade lançadora foram disparados. Dez tinham endereço certo para alguma área com população e foram abatidos pelo Domo de Ferro. Os outros nove caíram em terrenos abertos, seis deles, do lado Libanês. Pelas imagens, teriam sido lançados 20 mísseis.

Caminhão Isuzu do Hezbollah envolvido em acidente após lançar mísseis contra Israel. Foto publicada no Twitter por drusos da cidade de Hasbaya.

O que teria acontecido no dia da posse do presidente do Irã? É muito simples: colocando o assunto no topo de sua agenda, recebeu os líderes do Hamas no exílio, bem como da FPLP – Frente Popular para a Libertação da Palestina (radicada na Síria e composta por árabes cristão-ortodoxos comunistas), além de outras lideranças palestinas fora do âmbito da Autoridade Palestina.

Na ocasião o Irã declarou publicamente, mais uma vez, o apoio da luta do Hamas pela eliminação do Estado Judeu. Infelizmente o Hamas não consegue perceber ou não quer perceber que os palestinos da Faixa de Gaza, muçulmanos sunitas, são utilizados como bucha de canhão pelo Irã muçulmano xiita para atacarem Israel e morrerem. A única entidade muçulmana sunita apoiada pelo Irã e que aceita este apoio é o Hamas, com as outras, e com todos os países árabes sunitas o Irã está em guerra aberta, travada na Síria, Iraque e Iêmen.

No dia seguinte, a Guarda Revolucionária Iraniana, ordenou o disparo dos mísseis contra Israel, como um “recado” para Bennett, dito pelo seu próprio comandante, o Maj. Gen. Hossein Salami.

Mas coisas deram errado para os iranianos. Pela primeira vez o Domo de Ferro operou no norte de Israel o que é ótimo. O caminhão lançador, um pequeno Isuzu azul civil onde foi montada uma plataforma não-militar, mas manufaturada pelo Hezbollah, com qualidade, capaz de lançar 32 mísseis de 122 mm de diâmetro (padrão soviético). Todas as unidades de fabricação militar portam 40 mísseis que podem ser disparados, sequencialmente em apenas 20 segundos.

O tal caminhão, em fuga após os disparos colidiu na traseira de uma van na cidade drusa libanesa de Hasbaya, aos pés do Monte Hermon. Rapidamente os drusos apreenderam os homens do Hezbollah e chamaram o exército libanês que chegou em poucos instantes.

Nas imagens de celulares divulgadas no Twitter por habitantes de Hasbaya, pode-se perceber que onze mísseis falharam e não foram disparados. Infelizmente as notícias que circularam velozmente nas mídias sociais e outras publicadas ainda sem correção até o momento, afirmaram que os drusos impediram o Hezbollah de atacar Israel, como se este caminhão fosse participar de um segundo ataque. Como o Hezbollah, também publicou no Twitter a filmagem do ataque, pode-se ver claramente que este foi o único caminhão participante.

Os homens do Hezbollah não estavam uniformizados e utilizavam roupas civis normais. Graças a colisão e o repúdio dos drusos libaneses ao Hezbollah se pode obter muita informação militar valiosa para Israel.

Na guerra de 2006 o Hezbollah disparou cerca de 4.220 mísseis contra Israel, 95% deles, deste mesmo modelo de 122mm M-21OF (de fabricação Síria) com alcance entre 20 a 30 km (dependendo do modelo exato e ano de fabricação) com uma ogiva explosiva de 30 kg. É um míssil de artilharia não guiado.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.