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Diário de Guerra: últimas bizarrices antissemitas

 No dia 29 a Partilha da Palestina do Mandato Britânico, pela ONU, completa 76 anos. Hoje observamos a esquerda política deslegitimar Israel afirmando que Israel é um país colonialista. Mas a Partilha foi imposta ao Império Britânico para frear e desmontar o colonialismo britânico. Ou seja, o estabelecimento do Estado de Israel e o estabelecimento do Estado Árabe eram AGENDA ANTICOLONIALISTA, mas a esquerda não tem freio para mentir. Jamais irá dizer a alguém que aconteceu em agosto de 1947 a Partilha da Índia, também parte do Império Britânico (não foi feita pela ONU), com a criação de três países: Índia, Paquistão e Paquistão Oriental (hoje Bangladesh). O saldo foi de um milhão de mortos.

 Outra mentira bizarra, um verdadeiro libelo antissemita disseminada pela esquerda política e com trânsito livre nas mídias sociais é a afirmação de que Israel é um “estado artificial”, criado pela ONU. Vejamos, acima vimos que Índia, Paquistão e Bangladesh, também “artificiais”. A Jordânia foi criada dentro do processo colonialista britânico em 1921. A Síria pertenceu à França de 1918 a 1944, tendo sido reconhecida como país apenas em 1946 (nunca existiu antes). O Líbano declarou independência da França em 1941 e foi reconhecido em 1943, antes nunca existiu também. “Turco não, libanês…” Ambos, Síria e Líbano se separaram da França ocupada pelos nazistas. A Arábia Saudita foi criada pelos Estados Unidos em 1936, quando a Standard Oil da Califórnia descobriu petróleo por lá. A Turquia dominou toda a região por meio milênio até ser retalhada pelas potências colonialistas europeias na prática em 1918, no papel em 1923 e hoje, não é a Turquia que era antes. O Curdistão, que era um país, deixou de sê-lo. Então a mentira da esquerda política é como um saci, quicando por aí com uma perna só, acusando Israel de ser exatamente como todos os seus vizinhos são.

 Menos o Egito, um país muito antigo, mas foi ocupado pelos gregos em 500 AEC e depois passou por várias dominações e califados, sem jamais voltar a ser um país até 1922 quando declarou independência nominal ao Império Britânico, mas as tropas inglesas permaneceram lá. Aliás, nas batalhas entre os britânicos e alemães pelo Egito e para manter o Canal de Suez na Segunda Guerra Mundial você ouviu falar dos soldados egípcios? Claro que não. O Egito conseguiu se manter neutro com a guerra em seu próprio território. E o Egito só conseguiu se livrar das tropas britânicas em 1956. Isto está certo? Não é problema nosso se as escolas não ensinam que os egípcios só conseguiram mandar o Império Britânico para casa oito anos DEPOIS de Israel e que as tropas britânicas também permaneceram neutras lá quando o Egito partiu para exterminar o Estado Judeu em 1948!

 Ha’aretz não se traduz do hebraico como “A Terra”. É o que todos pensam mas não é esta a origem do termo do qual o título do jornal é apenas parte. Hoje, continua a passos largos como “O Lixo” após publicar um artigo fajuto e incendiário onde “uma fonte não nominada da polícia de Israel” teria dito que um helicóptero do exército foi atacar terroristas do Hamas no festival Nova e disparou contra os jovens judeus “matando vários”. Sempre que uma mídia diz fonte não nominada, provavelmente é uma invenção, algo falso. Neste caso, governo e polícia de Israel negaram categoricamente. Mas o estrago foi gigante, não em Israel (lá a complicação foi com o governo), mas em todo o mundo, municiando os produtores de conteúdo contra Israel. Até Hildegard Angel citou o “maior jornal de Israel”. Não madame Hilde: é o pior jornal de Israel. Brenos e cupinchas deitaram e rolaram “foi o Haaretz que disse que o IDF matou os jovens e não nós.” Neste caso, eles tem razão: foi sim.

 Ha’aretz vem de uma expressão no Tanach (todos os livros, o Pentateuco – a Torá, mais os outros), “Am ha’aretz” literalmente “o povo da terra”. No Tanach, é “um grupo social especial ou casta dentro do reino de Judá“. Ou seja, de forma contemporânea, é uma casta socialista que tem a prerrogativa do bem e do mal, preferindo sempre o mal do Estado de Israel, não importa o governo, não importa o quanto mintam e não importa que a esquerda judaica no mundo inteiro diga que é o “maior jornal de Israel”. Apenas isto, já determina o que ele de fato é. Anos atrás aconteceu no Palácio Itamaraty no RJ o encontro anual mundial dos jornalistas que cobrem o Oriente Médio. Evento da ONU. O José Roitberg estava lá. Houve apenas um discurso racista e especificamente antissemita contra Israel. E não foi da jornalista palestina, neta de um dos líderes da Fatah. O que ela levou a ONU foi a reclamação contundente de ser impedida, como qualquer outro jornalista palestino da Cisjordânia, de entrar na Faixa de Gaza: impedida pelo Hamas e não por Israel, deixou ela bem claro. Puxou uma credencial com o escudo de Israel e disse: “Eu tenho livre acesso ao Knesset e o Hamas não me deixa entrar em Gaza!” Em seguida uma narrativa horrível e falsa sobre Israel do alto de 1,90m de altura do elegante, bonitão Gideon Levy ícone judeu israelense do Ha’aretz. Um mentsch da casta especial de Judá!

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.