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⁂ Cessar fogo no mês do Ramadã ordenado pelo Conselho de Segurança da ONU, apenas para Israel. Determina o cessar fogo para o restante do Ramadã. A decisão é vinculativa, isto é, as partes são obrigadas a respeitar, mas a ONU não tem qualquer elemento de força que obrigue a isso. A resolução também exige a soltura imediata e incondicional dos reféns. O Hamas vai cumprir? Claro que não. Israel tem que cumprir? É claro que não.
 Obviamente o Conselho de Segurança da ONU não vai exigir que o Hamas pare de disparar mísseis contra, diariamente, seja Ramadã ou não. Não vai exigir que os houtis para de disparar contra navios mercantes no Ramadã. Não vai criticar o Estado Islâmico-K (do Afeganistão), pelo massacre em Moscou durante o Ramadã. Os únicos que devem parar de disparar durante o Ramadã são os judeus, enquanto os muçulmanos podem continuar à vontade deles, para o sorriso de Allah.
⁂ No décimo quarto dia do Ramadã, 24/mar/24, o Hamas, absolutamente desiludido com a falta de apoio que tem entre os palestinos (tem mais apoio em Londres e Nova Iorque que em Ramallah ou Jerusalém…) publicou o seguinte texto em suas mídias sociais oficiais: “A solução agora é portar armas A solução agora é derramamento de sangue. A solução agora é buscar o martírio. A solução agora é responder ao apelo de Al-Nafeer emitido por Abu Khaled em 7 de outubro. A solução não são greves ou marchas, a solução é a guerra. Só a guerra, oh povo da Cisjordânia, de Jerusalém e do interior. Os colonos dançam e festejam na celebração de Purim no Portão de Damasco, em Jerusalém… à luz da contínua e vergonhosa negligência e inação por parte dos habitantes de Jerusalém…” Obviamente a ONU está “des costas” para qualquer verdade que o Hamas publique. Conclamam o martírio de derramamento de sangue judeu no Ramadã, e a ONU exige que os judeus fiquem quietos e morram se for possível. O tal apelo do dia 7 de Al-Nafeer era para todos os muçulmanos do mundo irem matar judeus. Óbvio que nenhuma mídia ocidental vai publicar o que o Hamas manda fazer. Nós publicamos.
⁂ Mais de 8 horas depois da aprovação da Resolução do Conselho de Segurança da ONU, os negociadores do Hamas afirmaram que mantém as mesmas condições iniciais deles: Israel tem que retirar-se completamente de Gaza para os reféns começarem a serem libertados e sem lista antecipada. Em bom português, o Hamas cagou para ONU.
 Os apoiadores do terrorismo internacional sabem que o martírio muçulmano no Ramadã é desejável e teologicamente mais importante que num dia normal. Mas a narrativa é que de é um mês de paz no mundo islâmico. Você acha que em 10 anos de guerra Irã x Iraque ficaram 10 meses parados devido ao Ramadã? Nos já 13 anos de Guerra da Síria, tanto interna quanto com o ISIS, pararam no Ramadã? Claro que não. O Egito atacou Israel em 1973 no Ramadã. 
⁂ A Guerra de Gaza não é diferente de nenhuma outra em relação a civis. Eles são bombardeados, casas e cidades são destruídas por combates duros, os civis fogem e são deslocados para fora do campo de batalha. Mas a Guerra de Gaza é diferente porque é a única em que se exige que um lado alimente, abasteça e tome cuidado a população do inimigo! Isso nunca existiu! Cada lado que ser vire. Privar o inimigo de alimentos, água, combustível, eletricidade, faz parte de uma guerra normal. Quem conseguir ferrar mais o inimigo, tende a vencer. Mas agora, Israel é obrigado a manter seus próprios inimigos. O Hamas tem ZERO responsabilidade a nível mundial por abastecer e garantir as condições de sua própria população.
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⁂ Uma operação do Shin Bet na Cisjordânia desbaratou um esquema de contrabando de armas militares do Irã para a Fatah, através de um líder palestino em Beirute. Na foto das armas apreendidas podem ser vistos 33 fuzis M4 novos com camuflagem branca, para neve, (é o M16 mais leve, mais em uso atualmente), mais de 15 pistolas 9 mm, lançadores de RPG antitanque e os foguetes, minas antitanque italianas utilizadas pela Ucrânia, apreendidas pela Rússia nos primeiros seis meses da guerra e repassadas ao Irã (o Hamas tinha dezenas delas), granadas de mão, 10 kg de explosivo plástico militar americano e outro 17 kg do similar russo.
⁂ A Parada de Purim em Jerusalém, após 42 anos de hiato, voltou a acontecer. O clima foi depressivo, como as pessoas lá imaginavam que seria. Pouco público assistindo. Na primeira fila do desfile, parentes dos reféns, conforme exigido por eles.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.