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Ramadã, Purim e Sexta-Feira da Paixão em Jerusalém sem incidentes

E isso é uma notícia ótima. Como nada aconteceu, a grande mídia deixa de fora. Terceira sexta-feira do ramadã, só falta mais uma. ZERO DE VIOLÊNCIA EM JERUSALÉM. Segundo o Waqf da Jordânia (a autoridade religiosa muçulmana que controla a Esplanada das Mesquitas), novamente 120.000 muçulmanos estiveram lá somados os vários horários de rezas do dia. Desde o primeiro dia, houve sim, gente que não foi aceita nos postos de controle, mas isso é diário lá. Para quem não sabe, depois da libertação de Jerusalém da ocupação jordaniana na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o governo de Israel, em acordo com o governo então inimigo, da Jordânia, decidiu deixar as autoridades religiosas muçulmanas da Jordânia, responsáveis pela Esplanada das Mesquitas em Jerusalém e isso se mantém até hoje.

Sempre que você escutar manifestantes exigindo a libertação de Al Aqsa das mãos dos sionistas, saiba que a mesquita de Al Aqsa, o Domo da Rocha e a Esplanada das Mesquitas são responsabilidade da Jordânia e não de Israel.

Vi uma imagem muito interessante. Homens só podem subir para o Ramadã na Esplanada, com mais de 65 e menos de 12 anos de idade. Então talvez uns 500, talvez 1.000 jovens muçulmanos, fizeram as orações na praça externa ao Portão de Damasco, entrada do lado árabe da Cidade Velha, num dos momentos. Polícia de fronteira israelense em tudo quanto é canto. Fora dos horários de orações, lá em cima na Esplanada também e as notícias muçulmanas mostram as “tropas sionistas invadindo Al Aqsa durante o Ramadã” e ninguém parece ser importar com tal fake. Em momento algum os policiais israelenses adentraram a mesquita.

Perceba que além do Ramadã aconteceu a Via Crucis de Sexta-Feira Santa católica com milhares. Aconteceu a parada de Purim, meio deprimida, mas sem incidentes, além de um monte de festas de Purim que nem fazemos ideia terem acontecido em Jerusalém.

E toda a propaganda de conclamação do Hamas à “última chance dos palestinos da Cisjordânia e de Israel” se levantarem para matar judeus, está indo pro brejo do rio do Nilo. Não existe demanda FORA DO UNIVERSO JIHADISTA, para ir atacar judeus em massa. Ontem mesmo o Estado Islâmico fez a mesma convocação. Existiram sim manifestações de palestinos na Jordânia (onde são 70% da população), no Paquistão, onde tomaram muita porrada da polícia. O próprio Hamas no seu último pedido disse que as manifestações não adiantam nada. Mas é o que uma pequena, pequenina parte mesmo do mundo islâmico está fazendo. O resto fica por conta dos NPCs ocidentais de esquerda, inclusive judeus, que falam pra caramba, gritam, usam megafones, colam adesivos em produtos de supermercado para boicotar produtos israelenses convenientes e não passa disso.

A pergunta que você precisa fazer é porque os muçulmanos não estão atendendo o pedido do Hamas para matar judeus, desde o dia 7 de outubro. Existe uma decisão jurídica islâmica, chamada Fatwa, emitida por um dos principais conselhos de legislação muçulmana do mundo, O Conselho da Fatwa Islâmica, que abrange todo o espectro da religião e não se concentra em apenas um ramo, datada não de 8 de outubro, mas de 9 de março de 2023 (não tinha ocorrido ainda nada de mais), definindo que o Hamas é um grupo terrorista, que todos os movimentos oriundos da Irmandade Muçulmana são terroristas e que é proibido orar, apoiar, financiar ou combater pelo Hamas ou por qualquer outro grupo jihadista. É este documento aqui, divulgado há uns 15 dias pelo Stand With Us internacional e no Brasil, mas com o apelo ” até os muçulmanos afirmam que o Hamas é terrorista, e você?” Isso em nossa opinião é errado. O documento é uma ordem jurídica teológica ao mundo muçulmano. Muito mais que um meme. Clique para ver maior.

Entendeu? E o documento diz que acompanha a decisão já tomada por conselho jurídico islâmico semelhante na Arábia Saudita e na UEA. O documento ainda afirma que será sancionado pela última instância lá entre os muçulmanos. E deve ter sido, meses antes de 7 de outubro. O mais curioso é que o documento não menciona Israel, afinal é uma decisão para os muçulmanos que se origina de QUEIXAS feitas por palestinos muçulmanos da Faixa de Gaza, contra o Hamas, enviadas ao conselho das fatwas. Se isso não é importante para nós, parece que é fundamental para os palestinos da Cisjordânia e de Israel que estão SEGUINDO A DECISÃO DOS SEUS TRIBUNAIS TEOLÓGICOS. Talvez alguém lembre quando eu afirmei que a única coisa que poderia parar o Hamas seriam os tribunais islâmicos sauditas. Só que quando eu escrevi isso, eles já tinham defenestrado o Hamas e eu não sabia.

O Hamas sabia. Sabia que iria atacar Israel para ser destruído com ZERO de apoio externo. E será destruído conforme deseja. Eu sempre fui contra terminar a missão dos terroristas muçulmanos, matando-os e os enviando ao Paraíso, mas neste momento histórico é apenas isso que precisa ser feito, que deve ser feito e que será feito até o final.

A retórica eleitoral de Biden para cessar fogo em Gaza e não entrar em Raffah é melhor entendida como factoide político, pois ele autorizou a entrega de 25 aviões F-35 para Israel. Quem não sabe, é o avião de caça e ataque ao solo de longa distância stealth invisível ao radar mais avançado do mundo e totalmente desnecessário para atacar Gaza, Líbano e Síria. Se os EUA estão repassando 25 aeronaves destas para Israel existe um plano maior em ação. Atualmente Israel já possui 50 aviões destes o que é algo impressionante. Em setembro de 2023, menos de 10 dias antes do 7 de outubro, tinha fechado a compra dos outros 25, por 3 bilhões de dólares, para entrega a partir de 2027. O que se entendeu da decisão de Biden, foi entregar agora, retirando os aparelhos da reserva norte-americana. Atualmente os EUA tem 302 aeronaves destas na Força Aérea, 112 com os fuzileiros navais e outras 30 operando em porta-aviões, de modelo específico para isso. Portanto, entre 412 aparelhos, Biden determinou que 25 sejam entregues para Israel.

Por José Roitberg – jornalista e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.