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Cineastas israelenses são presos na Nigéria

Três cineastas israelenses foram presos, na semana passada, na Nigéria enquanto filmavam um documentário, porque supostamente fizeram contato com separatistas antigovernamentais.

Os israelenses, Rudy Rochman, um ativista sionista; Noam Leibman, cineasta, e David Benaym, jornalista franco-israelense, teriam sido presos em 9 de julho, quando visitaram uma sinagoga no vilarejo de Ogidi, Idemili North LGA do estado de Anambra, pelo Departamento de Serviços de Estado (DSS) nigeriano por suposta ligação com o Povo Indígena de Biafra (IPOB).

 Na foto,Emmanuel Agha, rezando no interior da sinagoga da comunidade judaica igbo em Ogidi, Anambra.Foto de Ronaldo Gomlevsky.


 

Os cineastas chegaram à Nigéria em 6 de julho para filmar We Were Never Lost, uma série de documentários sobre as comunidades judaicas africanas pouco conhecidas na Nigéria, Zimbábue, Uganda e Etiópia.

Parentes dos sequestrados disseram que os cineastas levaram presentes para as comunidades que os hospedavam, mas que os presentes foram mal interpretados como apoio às atividades do IPOB, o movimento separatista nigeriano.

“A equipe de filmagem achou que seria um belo gesto levar vários presentes com simbolismo cultural às comunidades que planejava visitar”, diz o comunicado.Infelizmente, membros de grupos políticos não estatais sequestraram para seus próprios fins imagens dos cineastas presenteando a Torá com uma comunidade local.Esses indivíduos estão distorcendo as intenções dos cineastas em um esforço para fabricar uma conexão com questões políticas locais quando não existe tal conexão.Estamos trabalhando diligentemente com as embaixadas dos Estados Unidos, Israel e França no caso e apreciamos muito a atenção que deram à situação. O envolvimento deles ajudou a melhorar as condições dos cineastas enquanto estavam sob custódia – incluindo a entrega de refeições kosher preparadas pelo Chabad local.”

Em um comunicado postado na semana passada no Instagram, o produtor do documentário, Jonny Pottins, disse que o documentário não tem o objetivo de interferir na política nigeriana.

 Os igbo consideram-se judeus e uma das tribos perdidas de Israel, embora isso não seja reconhecido por Israel nem pelo Rabinato Chefe, e eles não são elegíveis para a cidadania através da Lei do Retorno caso não se convertam formalmente.

O episódio acontece em meio à prisão e detenção de Nnamdi Kanu, fundador do IPOB, que teria afirmado em 2018 que “devia sua sobrevivência ao Estado judeu”.

Em 2019,Ronaldo Gomlevsky, diretor geral de Menorah, esteve durante 20 dias na Nigéria para pesquisar, fotografar e filmar, a história dos judeus da Nigéria,lembra a sua experiência e declara:” A viagem à Nigéria é perigosa. Diversas vezes fui incomodado, tanto pelo exército quanto por agentes alfandegários.”

Leia mais sobre essa experiência de Ronaldo Gomlevsky em seu editorial: Minha viagem à Nigéria e se você quiser saber mais sobre os judeus da Nigéria leia as edições 715 e 716 da revista Menorah que traz as matérias que resultaram dessa viagem.

Com informações do Jerusalem Post e The Times of Israel.

Leia mais sobre judeus nigerianos no Blog do Ronaldo.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.